A incrível história da heroína adolescente que salvou um menininho de dentro de uma fossa séptica.
Em agosto de 2016, Madison Williams estava estudando em seu quarto em Dublin, no estado americano de Ohio, quando a porta se escancarou. Era a sua mãe, Leigh Williams, com uma história horrível e inacreditável: “Um menininho caiu numa fossa séptica e ninguém consegue alcançá-lo.” E aí ela fez o pedido à filha de 13 anos. “Você pode ajudar?”
Madison e Leigh correram até o quintal de um vizinho, onde encontraram a mãe do menino desesperada e outros adultos frenéticos em torno da abertura de uma fossa séptica que se erguia alguns centímetros acima do gramado bem-aparado. A abertura media 28 centímetros de diâmetro, um pouco mais larga do que uma bola de basquete, com uma tampa que não fora bem presa.
O menino de 2 anos escorregara e se afogava em 1,20 metro de esgoto em um tanque com 2,5 metros de profundidade. Homens e mulheres, que minutos antes estavam numa festa numa casa próxima e ouviram o grito da mãe do menino, estavam jogando fios de extensão na lama, na esperança de que a criança agarrasse algum e pudessem puxá-la.
Madison avaliou rapidamente a situação.
Ela era a única que caberia num buraco tão pequeno. Sem hesitar, deitou-se de bruços perto da abertura, esticou os braços à frente e disse aos adultos: “Podem me baixar”. Leigh e os outros a seguraram pela cintura e pelas pernas.
“Fui torcendo os braços e ombros até passar pela abertura”, conta Madison. Lá dentro, a fossa era escura e pútrida. Madison enfiou os braços na lama. No processo, bateu o pulso esquerdo numa vara escondida, ferindo tão gravemente os músculos e o braço que a mão ficou inútil.
Em vez de cuidar da lesão, Madison passou a mão pela superfície do esgoto, na esperança de encontrar o menino submerso. “De vez em quando eu via seus dedinhos do pé saírem da água”, diz ela. “Então eu tentava segurá-los.” Minutos se passaram até que ela viu o contorno do pezinho outra vez. Nesse momento, esticou a mão boa e agarrou o pé com força. “Podem me puxar!”, gritou para os que estavam lá em cima.
Quando foram içados, o pé solto do menino se prendeu sob a borda interna da tampa. “Baixem de novo!”, gritou ela. “Tive de girar o pé dele até que se soltasse”, conta ela. Então, dez minutos depois de entrar no tanque, Madison foi tirada com o garoto.
Mas o menininho ainda não estava salvo.
Ficara tanto tempo sem oxigênio que não respirava. Foi deitado de lado, e um adulto lhe deu vários golpes secos nas costas, um depois do outro, até o menino tossir os fluidos. Só quando o ouviu chorar Madison soube que ele estava bem.
A mocinha levou mais tempo para se recuperar do que o menino, que teve alta do hospital na mesma noite. Ela, porém, suportou meses de fisioterapia do pulso. O que, segundo a vizinha Mary Holley, torna ainda mais impressionante sua ação. “Madison é uma heroína”, diz Mary. “Que outra adolescente entraria voluntariamente numa fossa séptica?”
Pouco depois do resgate, Madison Williams, ao lado da fossa.
Por ANDY SIMMONS