O lobo-guará, animal silvestre e selvagem que normalmente é encontrado em áreas de Cerrado, foi o escolhido para estampar a nova nota brasileira de R$ 200. Esta é a cédula mais valiosa até o momento, de acordo com o anúncio feito pelo Banco Central do Brasil. Mas, apesar desta homenagem, é possível que sua extinção esteja próxima de acontecer.
Isso tudo acontece não só porque os humanos são uma ameaça mas também por conta do agronegócio – atividade muito presente na maior parte do habitat natural do lobo-guará. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o lobo-guará é considerado como uma espécie vulnerável, dentre diversos animais que também são ameaçados de extinção.
Para reverter a situação, o Ministério criou um plano de ação nacional para a conservação de diversas espécies ameaçadas. A meta é que até 2022 “todas as espécies ameaçadas de extinção, da fauna e da flora, estejam sob alguma medida de proteção”.
Considerado o maior canídeo (mamífero da ordem Carnívoros, como cães, lobos e raposas) sul-americano, o lobo-guará tem um aparência bem semelhante a de uma raposa, já que os pelos são bem parecidos, em vermelho-dourado, e as patas são bem escuras.
De acordo com o Globo Rural, “ele mede cerca de 80 centímetros de altura, tem de 1,40 a 1,90 metro de comprimento (só a cauda tem 45 centímetros) e pesa entre 20 e 30 quilos”.
Animal silvestre se alimenta de frutas e de outros animais
Em seu cardápio, é possível encontrar uma alta diversidade de alimentos. Considerado um animal onívoro, o lobo-guará come desde frutas até animais, como lagartos, roedores, insetos, dentre outros. Ele normalmente sai para caçar na parte da tarde e noite.
Um ponto interessante é que o lobo-guará é considerado um dispersor de sementes por onde passa, sendo um animal bem importante para o meio ambiente.
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Habitat do lobo-guará
O lobo-guará é um mamífero muito encontrado no Cerrado brasileiro, considerado como o símbolo desse bioma. Além deste local, ele também pode ser encontrado na Mata Atlântica, Pampa e no Pantanal. Isto é, eles podem ser encontrados não só no Brasil, como também na Argentina, Uruguai, Bolívia e Peru.
Este canídeo prefere locais amplos e abertos para morar, como campos, por exemplo. É possível encontrá-los também em áreas de cultivo e que foram desmatadas, onde antes eram florestas.
De acordo com o National Geographic Brasil, em uma estimativa feita em 2006, “há pouco mais de 21 mil lobos-guará na natureza e alterações nos seus habitats. Conflitos com humanos e atropelamentos fazem com que este número tenda a cair”.
Com o desmatamento constante do Cerrado, os animais acabam sofrendo grandes mudanças em seus habitats naturais, pois as áreas são tomadas pela agricultura ou por outros setores da economia. Nisto, os lobos-guará ficam muito expostos e são vistos como um perigo para os agricultores, que acabam por matá-los.
Além disso, as estradas também são uma ameaça para o lobo-guará, já que pode morrer atropelado quando precisa atravessá-las para, muitas vezes, buscar água ou alimentos.
Lobo-guará é um animal solitário e só se junta em época de reprodução
O momento de acasalamento é uma das únicas épocas que o animal silvestre não se encontra solitário. Os machos e fêmeas formam pares e, assim, dividem seus territórios, mas não no momento da caça.
O acasalamento costuma acontecer entre abril e junho, e os filhotes nascem depois de 56 a 67 dias, ou seja, entre os meses de junho e setembro. O lobo-guará pode ter de 1 a 7 filhotes em cada ninhada.
Ao ser escolhido para estampar a nova nota brasileira de R$ 200, é esperado que haja uma conscientização maior sobre a importância de preservar, não só o lobo-guará, mas também diversos outros animais silvestres.