Em 1829, um crítico musical escreveu que o virtuosismo do violinista italiano Nicolò Paganini, de 47 anos, criava um mundo que só podia ter sido vivido em
Em 1829, um crítico musical escreveu que o virtuosismo do violinista italiano Nicolò Paganini, de 47 anos, criava um mundo que só podia ter sido vivido em sonhos, acrescentando:
“Há algo de tão demoníaco na sua aparência que, por vezes, julgamos ver os chifres do diabo e, noutras, as asas de um anjo.”
Pacto com o diabo?
Nunca alguém tocou como Paganini. Como a maioria dos grandes compositores do seu tempo, ele compunha peças cuja exigência técnica se adequava maravilhosamente à sua habilidade prodigiosa. Tocava com incomparável expressividade, a tal ponto que muita gente pensava que seu talento provinha de um dom divino ou satânico.
O aspecto magro e pálido – característica que, mais tarde, foram se acentuando pela doença – e seu extraordinário magnetismo pessoal davam ainda maior força à crença de que Paganini vendera a alma ao diabo. Em vez de negar tais boatos, Paganini encorajava-os pelo seu estilo de vida boêmio.
Em certa ocasião, devia tanto dinheiro que penhorou o violino.
Foi só a partir dos 40 anos que decidiu dar o merecido valor à sua obra. Assim, enviou numerosas cartas para os jornais para desmentir que tivesse feito um pacto com o diabo.
Mas já era tarde. No leito de morte, em 1840, Paganini recusou-se a ser assistido por um padre. E, quando morreu, a Igreja não deixou que seu corpo fosse sepultado em solo sagrado. O cadáver permaneceu ultrajantemente numa cave durante cinco anos, até ser sepultado.
Paganini: filme com David Garrett
Nos Estados Unidos, foi feito um filme sobre a lenda de Paganini. O famoso violinista David Garrett fez uma interpretação majestosa. Confira um trecho do filme!