O desfile da Paraíso do Tuiuti promete emocionar e refletir sobre a luta das pessoas trans na sociedade atual
Luana Viard | 28 de Fevereiro de 2025 às 19:00
A Paraíso do Tuiuti promete emocionar e provocar reflexões no Carnaval 2025 com o enredo “Quem tem medo de Xica Manicongo”. A escola levará para a avenida a história da primeira mulher trans registrada no Brasil, símbolo de resistência e da luta por identidade e liberdade.
Xica Manicongo chegou ao país escravizada, trazida da África. Seu nome de batismo, Francisco, não representava sua verdadeira identidade. Em meio à brutalidade da escravidão, ela se agarrou às suas crenças e tradições, encontrando acolhimento entre os Tupinambás, na Bahia, onde compartilhou saberes e fortaleceu a resistência cultural.
“O desfile será uma celebração das pessoas [trans], que, como Xica, lutaram para serem protagonistas de suas próprias histórias”, revelou Jack Vasconcelos, carnavalesco da agremiação ao site Globo. Além do desfile, a Paraíso do Tuiuti pretende levar a história de Xica Manicongo para o audiovisual, expandindo o alcance dessa poderosa narrativa que entrelaça cultura, resistência e humanidade.
“Além do carnavalesco, da pessoa que trabalha, tem alguém olhando para o ser humano. A escolha desse tema fala com a gente dessa forma, fala direto para o ser humano, e essa personagem está trazendo uma oportunidade de falar da transcestralidade, da importância. Fala-se muito da ancestralidade hoje em dia, dos fundamentos ancestrais de várias questões, inclusive raciais, mas estamos falando de uma figura que traz essa importância, inclusive religiosa, da figura LGBTQIAPN+ e das pessoas trans na história do mundo”, explicou, em entrevista para divulgação do enredo da Tuiuti ao site TV News.
“Teremos quatro mulheres trans e travestis que vão personificar a Xica Manicongo no desfile. A primeira, na comissão de frente a [dançarina, coreógrafa, professora e performer] Daniela Raio Black, depois a cantora Hud, representando a Xica no Reino do Congo, ela como a sacerdotisa quimbanda, depois a [cantora trans] Pepita no carro de Salvador, representando Xica escravizada, e depois em um tripé no meio de uma ala com coreografia sobre a inquisição em Salvador, com a Bruna Maia representando a Xica e a fogueira da inquisição”, revelou.
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