Saiba detalhes sobre 'O Agente Secreto', filme brasileiro que foi aplaudido por 13 minutos após sua exibição no Festival de Cannes.
A superprodução brasileira “O Agente Secreto” viralizou na internet após ser ovacionado pelos presentes no Festival de Cinema de Cannes, na França, que é um dos principais do mundo. Na ocasião, o filme brasileiro recebeu uma ovação que durou cerca de 13 minutos após a sua exibição inaugural.
A obra ganhou projeção na mídia internacional e é apontada como uma possível responsável por trazer mais um importante prêmio global ao Brasil. Um portal dos Estados Unidos chegou a classificar o suspense como um complemento a ‘Ainda Estou Aqui’, longa que conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional em 2025.
Além de estar presente em Cannes, a produção também integra a seleção oficial do Festival de Cinema de Sydney, que acontece entre os dias 4 e 15 de junho, na Austrália. Kleber Mendonça Filho, inclusive, já foi laureado com o principal troféu desse festival em 2015, graças ao filme Aquarius. Mas afinal, qual a trama de ‘O Agente Secreto’?
Conheça a trama de ‘O Agente Secreto’
Situado no fim da década de 1970, em pleno regime militar no Brasil, o filme narra a trajetória de Marcelo, interpretado por Wagner Moura, um perito em tecnologia que tenta deixar para trás um passado enigmático. Ao retornar a Recife em busca de tranquilidade, ele logo percebe que a situação ao seu redor está longe de ser estável. O elenco também conta com atuações de Gabriel Leone, Maria Fernanda Cândido, Hermila Guedes, Thomás Aquino e Udo Kier.
Kleber Mendonça Filho, diretor da produção, explicou que o motivo pelo qual escreveu esse filme se deve à ‘amnésia’ causada pela anistia proposta pelo governo militar, fazendo com que muitos dos crimes cometidos durante o regime fossem esquecidos pela população.
“Essa amnésia causou um trauma na psicologia do país. Foi normalizado cometer todo tipo de violência e depois simplesmente passar um pano em tudo, recomeçar do zero e aí trazer aquilo: 'Vamos seguir a vida e bola pra frente porque é muito desagradável falar de certas coisas'. E eu acho que isso é um elemento muito forte no meu desejo de fazer o filme”, explicou o diretor durante a premiere do filme em Cannes.
Já Wagner Moura, protagonista da superprodução, detalhou: “A ideia do filme começa nesse momento que eu citei de pressão política. De distopia política mesmo! É um filme sobre valores, né? Quando os valores que vêm de cima são tortos, e quando a maioria das pessoas comunga com esses valores, é muito difícil e é muito corajoso você simplesmente ser quem você. Há sociedades e países, e o Brasil andou perto disso, em que você simplesmente ser gay, ser preto, ser indígena é um risco de vida grave. Politicamente essa era uma coisa que todos queríamos falar. Mas o meu interesse nesse filme é neste rapaz aqui”.