Celebre o Dia da Música Popular Brasileira com algumas canções de gêneros distintos que fazem parte da história da MPB.
O Brasil é um dos maiores produtores de cultura do mundo e não à toa, dia 17 de outubro é celebrado o Dia da Música Popular Brasileira, também conhecida como MPB. Essa data serve para homenagear todos os movimentos musicais e canções que compõem a identidade sonora brasileira, das rodas de samba às plataformas de streaming, a MPB se reinventa sem perder o gingado, a poesia e a emoção que a tornaram uma das expressões culturais mais ricas do mundo.
5 músicas marcantes da MPB
1. “Chega de Saudade”, João Gilberto (1958)
Considerada o marco inaugural da Bossa Nova, “Chega de Saudade” transformou a forma de cantar e tocar no Brasil. A batida leve e sincopada do violão de João Gilberto, aliada à poesia de Vinicius de Moraes e à melodia de Tom Jobim, deu origem a um estilo minimalista e intimista que conquistou o mundo.
Mais do que uma canção, ela representa uma virada estética: a sofisticação harmônica e o lirismo urbano que colocaram a música brasileira no mapa internacional, abrindo caminho para artistas como Nara Leão, Elis Regina e Caetano Veloso.
2. “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores”, Geraldo Vandré (1968)
Símbolo de resistência durante a ditadura militar, essa música foi um grito coletivo de liberdade. Simples, direta e cantada em coro por multidões, “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores”, também conhecida como “Caminhando”, virou hino de protesto nos anos mais sombrios do regime.
Mesmo censurada, sua mensagem de esperança ecoou nas universidades, nas ruas e nos corações de uma geração que acreditava na mudança. Décadas depois, continua atual, lembrando que a MPB sempre foi mais do que entretenimento: é também uma forma de expressão política e social.
3. “Asa Branca”, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira (1947)
Antes mesmo da MPB ser chamada assim, Luiz Gonzaga já contava, com sua sanfona e chapéu de couro, as histórias do sertão nordestino. “Asa Branca” é uma das canções mais icônicas da música brasileira, uma narrativa comovente sobre a seca, a migração e a saudade de casa.
Com ela, Gonzaga elevou o forró, o baião e o xote ao status de patrimônio cultural, levando a voz do povo do Nordeste para o resto do país. Hoje, “Asa Branca” é sinônimo de identidade, resistência e amor às raízes.
4. “O Bêbado e a Equilibrista”, João Bosco e Aldir Blanc (1979)
Na virada para a redemocratização, essa canção se tornou um símbolo de esperança e reencontro. Com voz marcante de Elis Regina, a letra fala de um país ferido, mas ainda sonhador, “o artista vai onde o povo está”.
A melodia mistura melancolia e otimismo, enquanto o refrão ressoa como uma prece pelo retorno dos exilados políticos. “O Bêbado e a Equilibrista” não é apenas uma canção, é um retrato sensível de um Brasil que buscava se reerguer sem perder o humor e a ternura.
5. “Velha Infância”, Tribalistas (2002)
Representando a nova geração da MPB, o trio formado por Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown trouxe uma sonoridade moderna, leve e afetiva. “Velha Infância” é um lembrete de que a MPB segue viva e se transformando, dialogando com o pop e as novas formas de consumo musical.
Com sua doçura simples e arranjos delicados, a canção marcou uma época e mostrou que a essência da música popular brasileira continua sendo a mesma: contar histórias com emoção e identidade.
Da Bossa Nova ao pop contemporâneo, da sanfona ao violão elétrico, a MPB é o espelho da alma brasileira e se destaca por ser múltipla, diversa, criativa e sempre em movimento. Celebrar o Dia da Música Popular Brasileira é, acima de tudo, reconhecer o poder das canções que nos unem e contam, como poucas outras formas de arte, a história do nosso povo.