O Carnaval de 2025 no Rio de Janeiro traz enredos emocionantes que exaltam a cultura brasileira e abordam temas sociais relevantes
O Carnaval do Rio de Janeiro em 2025 promete emocionar o público com enredos que exaltam a cultura brasileira, resgatam histórias de resistência e abordam temas de grande impacto social. O Carnaval de 2025 trará uma mudança histórica: pela primeira vez, os desfiles do Grupo Especial serão distribuídos em três noites. Até 1983, as apresentações aconteciam somente no domingo. De 1984 a 2024, a segunda-feira também passou a fazer parte do cronograma.
A de 2025, a terça-feira se junta à programação, ampliando o espetáculo das maiores escolas de samba do Rio de Janeiro. Confira os enredos das escolas de samba do Grupo Especial e o que esperar dos desfiles na Marquês de Sapucaí.
1. Unidos de Padre Miguel
De volta ao Grupo Especial, a Unidos de Padre Miguel levará para a avenida a história de Iyá Nassô e do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho. Com o enredo “Egbé Iya Nassô”, a escola terá a direção artística de Lucas Milato, que já integrava a equipe, e Alexandre Louzada, que se junta à agremiação para comandar o desfile de 2025.
2. Imperatriz Leopoldinense
A Imperatriz Leopoldinense, atual vice-campeã do Carnaval carioca, levará para a avenida o enredo “ÓMI TÚTU AO OLÚFON – Água fresca para o senhor de Ifón”. Depois de quase cinco décadas, a Rainha de Ramos retoma a temática afro-religiosa, explorando a mitologia dos orixás.
Para esse ano, a escola narrará a jornada de Oxalá ao reino de Oyó para visitar Xangô, apostando nessa história para buscar seu décimo título no Grupo Especial. O desfile terá a assinatura do carnavalesco Leandro Vieira.
3. Unidos do Viradouro
Em busca do quarto título, a Unidos do Viradouro levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, destacando a trajetória da entidade afro-indígena que se manifesta como Caboclo, Mestre e Exu/Trunqueiro.
Sob a assinatura de Tarcísio Zanon, o enredo transporta o público para a primeira metade do século XIX, em Pernambuco, onde o quilombo do Catucá se tornou um símbolo de resistência. Seu último líder, João Batista, conhecido como Malunguinho, enfrentou intensa perseguição por sua luta libertária.
4. Estação Primeira de Mangueira
A Estação Primeira de Mangueira apresentará na Marquês de Sapucaí o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”. A Mangueira vai exaltar a herança dos povos bantus e suas influências na formação cultural e social do Rio de Janeiro. O desfile será concebido pelo carnavalesco Sidnei França.
“Escavando o passado, seguimos os vestígios da viva presença negra na região central do Rio de Janeiro, desde a influência do povo bantu até a realidade atual dessa população. São corpos assolados pelo apagamento de suas vidas, vivências e possibilidades”, afirma a escola.
5. Unidos da Tijuca
A tetracampeã do Carnaval levará para a Sapucaí o enredo “Logun-Edé: Santo Menino Que Velho Respeita”, que abordará a trajetória do orixá, filho de Oxum e Oxóssi, cujas cores amarelo e azul também simbolizam a identidade da escola.
“O nosso enredo será sobre Logunedé. Uma linda história de amor entre Oxum e Oxóssi, no qual vamos apresentar para todo o povo de santo e aqueles que não são do santo para que eles possam entender e aprender muito mais sobre a cultura e a diáspora africana e o quanto esse jovem menino e santo guerreiro é respeitado pelos mais velhos”, explica o vídeo de divulgação na escola.
6. Beija-Flor de Nilópolis
A Beija-Flor prestará tributo a Laíla, uma de suas figuras mais emblemáticas. Sob a criação de João Vitor Araújo e a pesquisa de Bianca Behrends, Vivian Pereira e Guilherme Niegro, o enredo “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os Sambas” explorará sua fé em Xangô, seu impacto no Carnaval tanto dentro quanto fora da Beija-Flor.
Culminará em um reencontro simbólico com Joãosinho Trinta no plano espiritual. Laíla e o renomado carnavalesco compartilharam uma longa trajetória juntos na escola de Nilópolis e no Salgueiro, onde iniciaram suas carreiras.
7. Acadêmicos do Salgueiro
Com o objetivo de conquistar o 10º título no Carnaval carioca, a escola de samba vermelha e branca levará o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado” para a Marquês de Sapucaí no próximo ano, sob a direção do carnavalesco Jorge Silveira e do enredista Igor Ricardo. A proposta é explorar a conexão humana e a busca por proteção espiritual.
8. Unidos de Vila Isabel
“Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece” será o tema escolhido pela Unidos de Vila Isabel para o Carnaval de 2025, na Marquês de Sapucaí. Criado pelo carnavalesco Paulo Barros, o enredo abordará as figuras de assombrações que fazem parte do imaginário popular, tanto na infância quanto na vida adulta.
9. Mocidade Independente de Padre Miguel
A Mocidade, da zona oeste do Rio de Janeiro, será conduzida pelo enredo “Voltando para o futuro, não há limites para sonhar” no próximo ano.
“Para o carnaval de 2025, a Mocidade fará uma viagem intergaláctica, onde ela se reconecta com seu brilho mais intenso, o de uma Estrela jovem, para questionar os próximos passos em um manifesto pelo futuro da humanidade”, diz o comunicado da escola.
10. Paraíso do Tuiuti
O Paraíso do Tuiuti escolherá a história de Xica Manicongo, considerada a primeira travesti do Brasil, como tema para o desfile no Carnaval de 2025. Nascida no Congo e trazida para Salvador no século 16 como escravizada, Xica se recusava a usar roupas associadas ao vestuário masculino da época.
Originalmente registrada como homem homossexual, sua trajetória foi reinterpretada pela ativista negra Marjorie Marchi, que a classificou como travesti. Desde então, Manicongo se tornou um símbolo de resistência, sendo reconhecida e celebrada pela comunidade de travestis e transexuais.
11. Acadêmicos do Grande Rio
Gabriel Haddad e Leonardo Bora são os responsáveis pelo desfile da Grande Rio, que terá como tema “Pororocas parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”. Inspirada pela música “Quatro Contas”, de Dona Onete, a proposta busca explorar as entidades encantadas que habitam as pororocas, onde as águas do rio se encontram com o mar.
A escola promete imergir no universo do Carimbó para narrar a história de Mariana, Jarina e Herondina, as Belas Turcas, além da Cabocla Jurema, figura que, como destacou a agremiação em seu comunicado, "representa a própria floresta".
12. Portela
“Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”, criado por André Rodrigues e Antônio Gonzaga, marcará a primeira vez que a Portela prestará homenagem a uma figura relevante da história do Brasil que ainda está vivo. “A nossa procissão sai de Madureira, e é a estrada que vai fazer o sonho acontecer!”, diz a escola.
Confira também a ordem do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro.