O PIX é uma nova forma de fazer pagamentos e transferências sem depender exclusivamente de ter conta corrente em banco. Saiba mais!
As transações financeiras instantâneas estão chegando! Seguindo o ritmo dos avanços trazidos pelas fintechs, o Banco Central do Brasil (Bacen), lançou o PIX. O novo método de transferência entra em uso a partir de novembro e os bancos já começaram a pré-cadastrar clientes.
O PIX é uma nova forma de fazer pagamentos e transferências sem depender exclusivamente de ter conta corrente em banco. Nós falamos sobre as inovações do PIX na nossa coluna sobre direitos do consumidor. Agora, vamos te mostrar o passo a passo de como usar esse novo método de transferência.
O que é o PIX?
O PIX é um sistema fácil, prático e rápido que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. Além disso tudo, é democrático. Até quem não tem cartão de crédito ou débito, poderá fazer compras e transferências – inclusive aos finais de semana e feriados. Os meios de pagamento TED e DOC não possuem essa vantagem.
Veja as principais diferenças entre TED, DOC e o novo PIX
Como vai funcionar o PIX?
O PIX funcionará com um sistema de guarda de dados associados (as chaves PIX) que fazem uma conexão direta entre as contas transacionais (bancárias/de pagamentos) das instituições financeiras – tornando a troca de informações e checagem de dados imediata, facilitando pagamentos.
Cada pessoa poderá criar chaves com base nos seguintes dados:
- CPF/CNPJ;
- número do telefone;
- e-mail
- Endereço Virtual de Pagamento (EVP).
O Endereço Virtual de Pagamento (EVP) é uma forma de receber uma transferência PIX sem precisar informar dados pessoais ao pagador. Ele é uma combinação de números, letras e símbolos gerados aleatoriamente para identificar sua conta.
Portanto, cada um desses dados funcionará como uma chave de endereçamento. Elas servirão como identificação (ou apelido) de cada conta transacional. Estarão vinculadas às informações completas que identificam uma conta do cliente (nome, CPF, instituição, agência, número da conta). Por isso não será possível vincular uma chave PIX a mais de uma conta. Assim, cada pessoa poderá ter até 04 chaves cadastradas em até quatro instituições diferentes.
Como posso ter acesso ao PIX?
Para você ter acesso ao PIX é bem simples. Confira o passo a passo abaixo:
- Passo 1: Consulte seu banco ou instituição financeiras sobre a disponibilização do serviço PIX;
- Passo 2: Escolha qual dado servirá como chave de endereçamento no seu banco ou instituição;
- Passo 3: Faça o pré-cadastro no aplicativo ou site da sua instituição utilizando o dado escolhido;
- Passo 4: Aguarde o sistema entrar em operação. Isto está previsto para acontecer a partir de 16 de novembro deste ano.
O Banco Inter, o Itaú, o Santander e a fintech Nubank já anunciaram a integração ao PIX.
Qualquer empresa ou pessoa física que tenha uma conta em instituição cadastrada no programa do Bacen poderá usar o PIX. Ou seja, é necessário ter uma conta transacional (corrente, poupança, de pagamentos, etc.). Assim, é necessário ter mais de 18 anos (requisito para ser titular de uma conta em instituição financeira, de crédito, de pagamento etc). No sistema PIX não existe a figura do dependente.
Como instituições de pagamento e fintechs podem se cadastrar no sistema do Bacen, o PIX não é restrito aos bancos. Contas de pagamento pré-pagas também podem ser utilizadas.
Como fazer um pagamento pelo PIX?
O cliente poderá optar por uma das formas de pagamento ou transferência de dinheiro a seguir:
1. Lendo um QR Code
Neste caso, o usuário ou estabelecimento que irá receber o valor apresentará um QR Code, que poderá ser lido com a câmera do smartphone.
Um QR Code pode ser gerado uma única vez ou para cada nova transação, dependendo da escolha do recebedor. Serão gerados pela instituição financeira ou de pagamento do recebedor, em papel ou em meio eletrônico. Existem dois tipos de QR Code: o QR Code Estático e o QR Code Dinâmico. Ambos servem para receber um ou mais PIX. Veja as principais diferenças:
- QR Code Estático. Possui funcionalidade limitada. Ele é recomendado para recebimentos simples. É o caso de transferências entre pessoas físicas, profissionais liberais e micro e pequenas empresas;
- QR Code Dinâmico. Possui diversas funcionalidades que podem ser configuradas pelo recebedor. É recomendado para empresas e operações maiores, que demandem processos de reconciliação, integração de sistemas e automatização de processos. Este seria o caso de empresas de serviços públicos como fornecimento de luz, por exemplo.
2. Informando uma chave PIX
A chave PIX servirá para a identificação de uma conta transacional; essa chave pode ser o número de celular, e-mail, CPF ou CNPJ – será necessário informar somente um destes;
3. Informando os dados bancários
Ainda haverá a opção de digitar os dados da conta transacional de destino, como é feito nos DOC e TED. Contudo, esse não é o padrão esperado, justamente porque o objetivo é facilitar a inserção dos dados para pagamento.
Ao concluir uma transação, um comprovante será gerado, tanto para o pagador quanto para o recebedor.
Se forem informados dados incorretos, o pagador será alertado sobre o motivo e não conclusão da operação. Nesse caso, a operação poderá ser refeita.
Como receber um pagamento pelo PIX?
- Gerando um QR Code e apresentá-lo ao pagador;
- Gerando um link e enviá-lo ao pagador;
- Informando ao pagador sua chave PIX;
- Informando seus dados bancários.
Concluída a transação, o recurso será imediatamente transferido para a conta do recebedor. Ele receberá também, em tempo real, uma mensagem confirmando o crédito.
Conheça orientações dos bancos sobre o PIX
Inicialmente será necessário conectar-se à internet para usar o sistema. Contudo, o Bacen está trabalhando no desenvolvimento de regras para utilização do PIX também offline. O objetivo é disponibilizar esta opção já no próximo ano.
O PIX não é um aplicativo. É um meio de pagamento que será disponibilizado nos canais de atendimento das instituições cadastradas. A disponibilização poderá ser no site, internet banking, agências, caixas eletrônicos ou correspondentes bancários, como lotéricas e Correios. Então, não é obrigatório ter um smartphone para usar o PIX, ele será um dos meios de utilização.
Deverá ser possível agendar um PIX para data futura. Para isso, a instituição participante do PIX onde o cliente tenha conta transacional deverá desenvolver a soluções de agendamento.
A alteração do valor ou cancelamento da transação somente serão possíveis antes da confirmação do pagamento. Após a confirmação, como a liquidação do PIX ocorre em tempo real, a transação não poderá ser cancelada. Será necessário pedir ao recebedor a devolução do que pagar a mais, ou fazer nova operação completando o pagamento a menos. A devolução será uma funcionalidade do PIX, sempre iniciada pelo recebedor.
O Bacen é o criador e o operador do PIX
Para o Bacen, o uso de chaves PIX (ou apelidos de contas) facilitará o processo para o pagamento. Atualmente, para efetuar DOC e TED é necessário inserir diversos dados do recebedor. Deve-se preencher: CPF/CNPJ; dados bancários (instituição recebedora, números de agência, conta; tipo de conta) e conferir nome do correntista recebedor. No novo sistema PIX, o pagamento poderá ser iniciado pela leitura de um QR Code com a câmera do celular.
Ainda, segundo o Bacen, o QR Code terá um padrão que possa ser lido por qualquer tipo de smartphone. Inclusive os mais simples. Futuramente, os pagamentos também poderão ser iniciados com leitura, pelo usuário recebedor, de QR Code gerado pelo próprio usuário pagador. Os recebedores poderão escolher quais tipos de iniciação de pagamento instantâneo desejarão aceitar.
Além de aumentar a velocidade de efetivação dos pagamentos e transferências, o Bacen acredita no potencial de:
- Estimulação da competitividade e da eficiência do mercado;
- Redução de custo para os clientes;
- Aumento da segurança das operações;
- Inclusão financeira de pessoas que atualmente não possuem contas em banco;
- Incrementação das opções de pagamento das cestas de instrumentos de pagamentos disponíveis atualmente.
Para conferir a lista de instituições que estão em processo de adesão ao Pix, clique aqui.
POR SAMASSE LEAL