Devo investir se estou endividado? Essa é uma pergunta bastante comum que precisa ser sanada. Confira o que fazer em uam situação como essa.
Vários estudos mostram que o endividamento das famílias brasileiras vem aumentado nos últimos anos. Dados do Bacen divulgados em agosto apontam que cerca de 44% das famílias estão endividadas. Elas comprometem 25% da sua renda com o pagamento das dívidas, incluindo a compra da casa própria. Já em uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio, cerca de 64% das famílias se declaram endividadas. Nessa pesquisa, elas indicaram que cerca de 30% de sua renda é destinada a dívidas.
O superendividamento já está sendo associado às doenças de fundo emocional como estresse e depressão. As pessoas que passam por isso, além das dívidas, acumulam preocupações.
Surge então a dúvida: devo fazer um investimento para conseguir pagar as dívidas?
A resposta é: depende do tipo de investimento que você fizer. Para valer a pena fazer um investimento pensando em pagar uma dívida, este investimento precisa que:
- renda mais do que os juros e encargos cobrados na dívida
- possa ser resgatado num prazo mais curto do que o prazo do pagamento da dívida
- o valor que você vai investir não pode ser obtido através de outra dívida (empréstimo). Nesse caso seriam duas dúvidas a quitar, a antiga e a nova. O risco de as dívidas crescerem e se tornarem “uma bola de neve” é enorme
- o valor destinado ao investimento não pode impactar nas suas demais obrigações mensais ou elas também se tornarão débitos
- as parcelas mensais de dívidas não podem deixar de ser pagas, pois os encargos sobre o débito aumentam.
Veja as taxas de juros médias das opções de crédito mais populares, divulgadas em 27 de novembro pelo Bacen:
Dificilmente um investimento pagará juros mais altos do que estes cobrados pelos bancos e financeiras. Principalmente investimento em Renda Fixa (menos arriscados), que costumam ser atrelados à taxa Selic (atualmente em 5,5%a.a.).
A maioria dos brasileiros (60%), têm dinheiro depositado na Caderneta de Poupança, pela facilidade de aplicação e isenção de IR. Atualmente ela é a opção de investimento com menor rentabilidade, cerca de 3,8%a.a. A partir de maio de 2012, a Poupança passou a render apenas 70% da Selic. A partir deste mês de setembro, a Selic foi reduzida de 6,0%a.a. para 5,5%a.a. Portanto, nem pensar em colocar dinheiro na Poupança pensando em juntar para pagar uma dívida.
Aliás, quem tem dinheiro aplicado na Poupança a partir de maio de 2012 deve buscar outros investimentos para suas economias. Até mesmo para a formação de Reserva de Emergência ela deixou de ser uma boa opção, pela baixa rentabilidade. Outras opções em renda fixa, mesmo com incidência de Imposto de Renda e outras taxas, ainda rendem mais. É o caso de CDBs, Fundos DI e Títulos do Tesouro, principalmente os Pré-fixados e os atrelados à inflação (IPCA).
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Os valores depositados na Poupança até maio de 2012 possuem rentabilidade mensal de 0,5%. Portanto, rendem 6,17%a.a. e mais a TR (que atualmente está zerada). Assim, quem tem depósitos antigos conta com uma rentabilidade acima de outros investimentos em Renda Fixa disponíveis hoje. É importante comparar essas taxas de rentabilidade antes de decidir tirar todo o seu dinheiro da Poupança.
Aqui no nosso Canal de Economia de Seleções você encontra diversas dicas para sair do vermelho. Fazer um orçamento mensal, reduzir custos, não fazer compras por impulso e planejar os gastos são algumas delas. Com essas ações você deve primeiro pagar as dívidas e depois começar a investir.
Se você encontrar um investimento que renda mais do que as taxas de juros do crédito, conta pra todo mundo!