O general inglês Marlborough estava prestes a vencer a batalha de Ramillies, contra os franceses, mas a luta terminara para um dos seus cavaleiros,
Redação | 15 de Junho de 2019 às 14:00
O general inglês Marlborough estava prestes a vencer a batalha de Ramillies, contra os franceses, mas a luta terminara para um dos seus cavaleiros, gravemente ferido. Enquanto tentavam estancar o sangue que lhe escorria da cabeça, os médicos rasgaram seu uniforme para facilitar a tarefa. Mas então ficou claro que Cavanagh, dragão dos Scots Greys, não voltaria ao regimento. Os médicos tinham descoberto o seu grande segredo.
O segredo de Kit Cavanagh foi descoberto em 1706. Disfarçara-se de homem e tornara-se soldado em 1693 para encontrar o marido, que a abandonara para alistar-se no exército inglês. No decurso da sua carreira militar foi ferida duas vezes e caiu prisioneira uma vez. Conseguira encontrar o marido dois anos antes da luta de Ramillies, mas não revelara a sua identidade.
Recuperada do ferimento, Kit Cavanagh voltou a casar com o marido e deram-lhe o lugar de cozinheira dos oficiais. Ela, porém, não se adaptou à função e voltou para as abtalhas. Desta vez, vestiu-se de mulher – o que lhe salvou a vida na batalha de Malplaquet, em 1709, quando uma bala foi desviada pelo espartilho. Viveu ainda mais 30 anos e foi enterrada na Inglaterra com honras militares.
Kit Cavanagh não é a única mulher que esteve na guerra disfarçada de homem, nem a única que o fez para procurar o marido. Hannah Snell, uma inglesa casada com um holandês, fez o mesmo em 1744, com o nome de James Gray. Combateu os rebeldes escoceses em 1745 e, mais tarde, os franceses, em Pondicherry, na Índia, como fuzileira naval.
Ferida nesta última batalha, retirou ela própria a bala, com medo de ser descoberta. Após cinco anos de guerra, e informada de que o marido morrera, deixou o mar em 1750, vendeu suas memórias e casou duas vezes antes de morrer, em 1792.
Já a norte-americana Sarah Edmonds alistou-se no exército para fugir da tirania do pai e, com o nome de Franklin Thompson, combateu na guerra civil americana contra os rebeldes confederados. A ideia fora aparentemente inspirada por uma novela romântica, mas ao fim de dois anos desencantou-se com a vida no exército e decidiu despertar. A história tem, no entanto, um final feliz: em 1867, terminada a guerra, ela se casou com o namorado de infância.
O exército confederado sulista teve também a sua heroína secreta. Quando o marido de Loreta Velásquez aderiu à causa sulista, no início da guerra, ela adotou a identidade de Harry T. Buford, criou o seu próprio regimento, combateu em várias batalhas, foi ferida e finalmente trabalhou como espiã. Uma vez surpreendeu o marido quando apareceu no acampamento dele como “Harry Buford”.
Atualmente são raras as histórias de mulheres intrépidas como estas, possivelmente porque muitas forças armadas incluem agora unidades femininas. Mas, é realmente incrível conhecer a história dessas mulheres do passado. Se você tem uma história interessante compartilhe com a gente nos comentários. Nós vamos adorar!