Gostaria de ter sabido que, durante todo o tempo em que estive lá em cima, com toda aquela solidão, Carol pensava em mim. E dobramos a esquina para chegar a nosso quarteirão, e vi que meus vizinhos estavam na rua. Tinham decorado minha casa, havia bandeiras americanas por toda parte. E meu vizinho da frente segurava uma pizza de pepperoni e um pacote de cerveja, duas coisas que, infelizmente, ainda não podemos ter no espaço.
Saí do carro e todos vieram me abraçar. Eu ainda usava o macacão de voo azul, e eles se diziam felizes por eu estar de volta, que tudo dera muito certo.
Percebi que meus amigos, caramba, estavam pensando em mim o tempo todo. Eles também estavam comigo.
No dia seguinte, houve a cerimônia de retorno; fizemos discursos. Os engenheiros que tinham trabalhado conosco todos aqueles anos, nossos treinadores, as pessoas que trabalhavam no centro de controle, todos começaram a me contar como ficaram correndo feito doidos enquanto eu estava lá em cima em meu pequeno pesadelo.
Percebi que, no momento em que me senti separado de todo mundo, nunca estive sozinho, que minha família, meus amigos, as pessoas com quem eu trabalhava, as pessoas que eu amava e as pessoas que se importavam comigo me acompanharam a cada passo do caminho.
Massimino acena para os colegas da tripulação na baia de carga do ônibus espacial Columbia.
CORTESIA DO AUTOR, CUJO LIVRO SPACEMAN FOI PUBLICADO EM SETEMBRO DE 2017 PELA CROWN ARCHETYPE, CROWNPUBLISHING.COM.