O golfinho tem fama de ser amigo do homem e há inúmeras histórias de golfinhos que salvaram pessoas em perigo. Entenda por que isso acontece!
Julia Monsores | 30 de Agosto de 2019 às 21:00
Quando Adam Maguire e seus dois amigos, Jason Moloney e Bradley Thompson, foram surfar no princípio de janeiro de 1989 em Halftide Bay, na província de Nova Gales do Sul, Austrália, encontraram uns companheiros bem divertidos. Durante uma hora, um grupo de golfinhos surfou com eles, cortando as ondas. Mas, a certa altura, começaram a ficar agitados, golpeando a água, rodopiando e emitindo estalidos e assobios. Foi então que Adam avistou a barbatana de um tubarão vindo em sua direção.
Quase de imediato, o tubarão o atacou, abocanhando um grande pedaço da sua prancha e o fazendo cair na água. Adam golpeou o peixe com os punhos, mas ele o mordeu no peito. Adam pensou que era o seu fim. Mas então os golfinhos cercaram o tubarão e obrigaram-no a fugir.
O golfinho tem fama de ser amigo do homem e há inúmeras histórias de golfinhos que salvaram pessoas em perigo – afugentando tubarões, puxando para a superfície marinheiros que se afogavam e até guiando náufragos até a terra firme. Em 1945, uma mulher que nadava ao largo de uma praia da Flórida foi arrastada para o fundo por um redemoinho.
Enquanto lutava para manter a cabeça fora d’água, algo lhe deu um violento empurrão e ela aterrou de bruços na praia. Quando olhou em volta, não havia ninguém por perto a não ser um golfinho, saltando sobre as ondas, a uns seis metros da costa. Em 1983, um piloto de helicóptero foi ajudado por um golfinho após cair no mar de Java. Durante nove dias, o animal nadou ao lado da sua balsa, empurrando-a suavemente, até atingir o litoral.
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Sentimo-nos tentados a acreditar que temos uma afinidade especial com essas simpáticas e inteligentes criaturas. Mas será que, realmente, um animal se daria ao trabalho de salvar um ser humano, em alguns casos arriscando a própria vida?
A Dra. Margaret Klinowska, especialista em golfinhos da Universidade de Cambridge, crê que não. Diz que, quando atacam tubarões, os golfinhos apenas seguem o instinto natural de autodefesa e que a presença de seres humanos é pura coincidência. Quanto ao fato de trazerem pessoas à superfície ou empurrarem barcos à deriva até à praia, trata-se provavelmente de reações instintivas à sobrevivência da espécie: um golfinho nasce debaixo da água, mas a mãe logo o encaminha para a superfície para que possa respirar. Assim, talvez a balsa de piloto holandês apenas parecesse ao golfinho um bebê em apuros.
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