Em nome da ciência, James Hamblin analisou todas as consequências de ficar 5 anos sem sabão. Entenda tudo sobre o estudo.
Esther Ramos | 15 de Julho de 2024 às 13:26
Você imagina como o seu corpo reagiria se ficasse anos sem ter acesso a um banho decente? Pois é, o médico James Hamblin iniciou um experimento em 2015, no qual deixou de tomar os banhos "tradicionais", isso quer dizer: sem o uso de xampus, sabonetes e desodorantes, e até mesmo reduzindo a frequência de enxágue com água.
Como professor de Saúde Pública da Universidade de Yale e especialista em medicina preventiva, Hamblin quis observar os efeitos dessa prática em seu corpo. Em 2020, ele publicou o livro "Clean: The New Science of Skin" (ainda sem edição em português), onde relata sua experiência e as descobertas feitas ao longo do experimento.
Você também pode se interessar por:
No início, a experiência de James Hamblin foi difícil. "Houve momentos em que eu queria tomar banho porque sentia falta, cheirava mal e minha pele parecia muito oleosa. Mas isso começou a acontecer cada vez menos", contou ele à BBC em 2020, cinco anos após iniciar o experimento.
Com o tempo, ele percebeu que seu corpo se ajustava. "Seu corpo se acostuma, então você não cheira tão mal sem desodorante e sabão, e sua pele não fica tão oleosa sem sabonetes fortes."
Durante o processo, Hamblin continuou lavando as mãos. "Só uso água no banho, mas lavo bem as mãos. Durante a pesquisa para o livro, tentei vários produtos, mas prefiro ficar sem eles. Respeito quem tem rotinas diferentes", disse ao UOL em 2020, durante a pandemia.
Ele explicou à BBC que "parar de tomar banho" significava não usar produtos, apenas água rapidamente quando necessário. "Você pode esfoliar a pele e remover oleosidade esfregando com as mãos e penteando o cabelo." Em um artigo de 2016, Hamblin escreveu que produtos perturbam o ecossistema da pele. "O odor corporal vem de bactérias que se alimentam das secreções oleosas. Aplicar produtos todos os dias desequilibra os óleos da pele e as bactérias."
Hamblin observou que o odor corporal se manteve, mas mudou. Em 2020, ele disse que ainda tinha odor corporal, mas não o "fedor clássico". A saúde da pele está mais ligada a fatores como alimentação e estresse do que a cosméticos.
Para ele, tomar banho diariamente é um conceito moderno. "A maioria das pessoas não tinha acesso à água corrente até os últimos 100 anos. A realeza talvez pudesse, mas pessoas normais só ocasionalmente. Muitos usavam sabonetes caseiros, que eram agressivos para a pele. É tudo muito moderno", explicou à BBC.
Gostou do conteúdo? Confira também: Pão de forma com álcool? Entenda polêmica que tomou conta da internet.
7 raças de cachorro que não tem cheiro
Espanha supera França e pode se tornar país mais visitado do mundo
Receita de bolinho de chuva com banana deliciosa e fácil de fazer
4 melhores chás para aumentar a disposição durante o inverno
17 ideias de legendas para foto no Cristo Redentor