Um violino fabricado no século XVIII pelo italiano Antonio Stradivari pode valer mais de um milhão de dólares. Os Stradivarius são extraordinariamente
Douglas Ferreira | 26 de Agosto de 2019 às 14:00
Um violino fabricado no século XVIII pelo italiano Antonio Stradivari pode valer mais de um milhão de dólares. Os Stradivarius são extraordinariamente valiosos por serem considerados os melhores violinos já produzidos.
Stradivari ensinou seus dois filhos a também fabricar instrumentos de cordas, mas os deles, apesar de notáveis, não atingiram o mesmo nível. O que confere ao Stradivarius essa qualidade insuperável é um mistério – embora se suspeite que seja o verniz utilizado. Stradivari anotou a fórmula do verniz em uma folha da bíblia familiar, mas, infelizmente, um de seus descendentes a destruiu.
No entanto, Joseph Nagyvary, professor de bioquímica e biofísica na Universidade A&M, do Texas, acha que descobriu o segredo do Stradivarius. Nagyvary declara que a madeira de aberto utilizada por Stradivari veio de Veneza, onde era armazenada perto do mar, o que provocou minúsculos orifícios detectados por Nagyvary com microscópio eletrônico. Esses orifícios não se encontram na madeira utilizada nos violinos modernos, mas são observados em um Stradivarius. Nagyvary pensa que esses minúsculos buraquinhos devem dar uma ressonância e riqueza complementares ao som.
Ao examinar o verniz, Nagyvary fez outra descoberta: continha pequenos cristais minerais, o que o fez concluir que provinham de pedras preciosas trituradas, acrescentadas pelos alquimistas fabricantes do verniz, que acreditavam que as pedras preciosas possuíam propriedades mágicas. Em um violino, os cristais serviriam de filtro e dariam um som mais puro e suave.
Nagyvary fabricou um violino de madeira umedecida e aplicou-lhe uma camada de verniz com pó de pedras preciosas. Um perito declarou que era “o melhor violino que ouvi” e a violinista de reputação mundial Zina Schiff ficou tão impressionada que tocou com ele em concertos públicos.
Teria Stradivari ou qualquer dos outros célebres fabricantes de violinos de Cremona, como os Amatis e Guameris, consciência das qualidades únicas dos materiais que utilizam? Nagyvary afirma: “Penso francamente que os antigos fabricantes de violinos não sabiam mais do que os modernos… o resultado é apenas fruto de uma grande coincidência histórica.” O valor de um Stradivarius original baixará se os atuais artesãos empregarem o método de Nagyvary? Certamente não, pois ninguém será capaz de reproduzir o ingrediente mágico de Stradivari – sua genialidade.