Atletas como Gabigol e Neymar se unem contra o uso de grama artificial, destacando riscos e qualidade do jogo.
Douglas Ferreira | 18 de Fevereiro de 2025 às 14:45
Nos últimos dias, diversos jogadores de destaque do futebol brasileiro se uniram em um movimento pedindo o fim dos gramados sintéticos no país. Nomes como Gabigol, Neymar, Bruno Henrique e Alan Patrick foram alguns dos atletas que compartilharam o movimento "Juntos pelo espetáculo. Futebol é natural, não sintético" em suas redes sociais nesta terça-feira (18).
A postagem que critica o uso de grama artificial nos estádios vem após uma série de reclamações de jogadores e técnicos sobre este tipo de gramado, e após o Palmeiras reclamar da conservação do gramado do Allianz Parque e anunciar, no último domingo (28), que não jogaria mais no estádio enquanto não houvesse manutenção. Mas, afinal, por que os jogadores estão tão insatisfeitos com os campos artificiais? E o que dizem os clubes e a CBF sobre o assunto?
Bom, de acordo com os jogadores, os gramados sintéticos afetam negativamente a qualidade do jogo e aumentam o risco de lesões. Apesar de não haver comprovação científica definitiva sobre o maior risco de contusões em campos artificiais, muitos jogadores e técnicos vêm batendo nessa tecla há anos. Eles alegam que o piso sintético causa maior desgaste físico e pode ampliar a probabilidade de problemas musculares e articulares.
Além disso, os jogadores criticam a falta de diálogo com as entidades responsáveis pelo futebol brasileiro. No texto compartilhado, eles destacam a necessidade de que os atletas sejam mais ouvidos nas decisões que impactam diretamente suas carreiras e a qualidade do espetáculo.
"Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. É um absurdo a gente ter que discutir gramado sintético em nossos campos. Com o tamanho e representatividade que tem o nosso futebol, isso não deveria nem ser uma opção. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim.
Nas ligas mais respeitadas do mundo os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. Trata-se de oferecer qualidade para quem joga e assiste.
Se o Brasil deseja definitivamente estar inserido como protagonista no mercado do futebol mundial, a primeira medida deveria ser exigir qualidade do piso que os atletas jogam e treinam.
FUTEBOL PROFISSIONAL NÃO SE JOGA EM GRAMADO SINTÉTICO!"
Atualmente, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) permite o uso de gramados sintéticos em competições nacionais. Em 2023, foram aprovadas mudanças no regulamento, como a obrigatoriedade de os clubes que utilizam campos artificiais liberarem o acesso ao estádio um dia antes da partida, caso o time visitante queira treinar no local. No entanto, essa regra vale apenas para o Campeonato Brasileiro e não se aplica a outras competições, como a Copa do Brasil.
Estádios importantes, como o Allianz Parque (Palmeiras), Arena MRV (Atlético-MG), Nílton Santos (Botafogo) e Arena da Baixada (Athletico-PR), contam com grama sintética. Esses estádios defendem que o uso de campos artificiais traz vantagens, como a redução de custos com manutenção e a possibilidade de realizar mais eventos nos estádios sem prejudicar o gramado.
Após o movimento realizado pelos jogadores nas redes sociais, o Palmeiras publicou uma nota oficial em suas redes sociais reforçando que o gramado do Allianz Parque é "certificado pela Fifa" e segue os "mesmos parâmetros de um campo de grama natural em perfeito estado". O clube também citou um estudo publicado na revista The Lancet Discovery Science, que aponta que a incidência de lesões em gramados artificiais é inferior à de campos naturais. Além disso, o time destacou que, nos últimos cinco anos, foi o time da Série A com o menor número de lesões entre seus jogadores.
"Diante da publicação realizada conjuntamente por alguns jogadores contra a utilização de gramados artificiais no futebol brasileiro, a Sociedade Esportiva Palmeiras esclarece que:
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