Quatro brasileiros ganharam medalha na mesma prova do atletismo no dia 03 de setembro, dois não tinham deficiências.
Os Jogos Paralímpicos acontecem até o fim desta semana, e será encerrado no dia 08 de setembro. Durante a competição, os atletas brasileiros demostraram muita satisfação em ver estádios lotados e o público torcendo por eles.
Embora a disputa esteja ganhando mais popularidade a cada edição, ela não possui tanta notoriedade quanto as Olimpíadas. Então, neste espaço que é predominantemente dominado por pessoas com deficiência e que promove mais inclusão, você sabia que alguns atletas sem deficiência também podem ganhar medalha? Entenda porque isso acontece.
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Saiba porque atletas sem deficiência podem ganhar medalhas
Bem, isto não acontece em todas as modalidades, especialmente considerando que os Jogos Paralímpicos envolvem diversas pessoas com as mais variadas condições. Esse é um dos motivos de existir uma classificação específica para esta competição.
Em esportes praticados por pessoas cegas você vai notar algumas pessoas que orientam os participantes, como no futebol de cegos ou alguns tipos de salto. Entretanto, existe uma classe para pessoas com deficiência visual que demandam a presença de atletas-guia no atletismo nas disputas de pista.
Segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro, as regras para a utilização dos atletas-guia dependem da classe. Para a modalidade de pista, existe a classe T11, em que o atleta-guia corre ao lado do outro atleta ligado por um cordão ou auxiliado por um apoio no salto em distância. Há também a T12, em que apoio ou guia são opcionais e a T13 que não permite nem atleta-guia nem apoio.
Os atletas-guia são pessoas sem deficiência visual que participam das competições para orientar o outro esportista. Eles ajudam no cumprimento de regras, como não pisar nas linhas e correr na raia correta, e é muito importante. Os guias acompanham os atletas nas competições, além de treinarem e viajarem juntos.
Portanto, em 2011 foi decidido que esses atletas também receberiam medalhas. As regras variam um pouco, por exemplo se a disputa é de 5.000m, de 10.000m ou maratona, e há mais de um atleta-guia, somente o que terminar a prova recebe a medalha em caso de vitória. E se acontece algum tipo de substituição em que o guia não estava inscrito inicialmente, também não é premiado em caso de pódio.
Então, é por isso que situações como a que aconteceu nas competições da última terça (03) são permitidas, quando quatro brasileiros foram condecorados com medalhas. Jerusa Geber e Gabriel Garcia ganharam o ouro, enquanto Lorena Spoladore e Renato Oliveira receberam o bronze, garantindo a dobradinha brasileira na prova dos 100m T11.
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