Mais uma consequência do aquecimento global: o maior deserto do mundo está ficando verde.
Recentemente, partes do Deserto do Saara foram surpreendidas por um fenômeno incomum: após fortes chuvas, a região, conhecida por suas condições áridas, passou a exibir um "esverdeamento" inesperado e a formação de lagos.
As precipitações registradas nos últimos dias foram cinco vezes superiores à média esperada para setembro. Imagens de satélite revelam essa transformação, mas essa mudança, embora visualmente impressionante, não traz boas notícias.
A intensificação das chuvas no Saara pode ser um sinal preocupante das alterações climáticas em andamento, levantando questões sobre o impacto ambiental e os desafios que essa nova realidade pode trazer para a região e seus ecossistemas. Entenda mais sobre o problema aqui.
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A Zona de Convergência Intertropical (ITCZ) está atuando na região do Saara, composta por nuvens, tempestades e chuvas que se estendem ao longo do Equador. Esse fenômeno é resultado do encontro dos ventos alísios dos dois hemisférios, que geram precipitações devido à sua umidade.
Recentemente, a movimentação da ITCZ tem sido atípica, deslocando-se mais para o norte do que o normal, especialmente nos últimos três meses. Com essa mudança, sistemas de trovoadas intensas estão se movendo em direção ao Oceano Atlântico, em latitudes mais elevadas.
Cientistas ainda não têm uma explicação clara para essa oscilação neste ano, mas sugerem hipóteses, como o calor intenso no Oceano Atlântico Norte, que aumenta a diferença de temperatura entre os hemisférios, e as mudanças climáticas.
Além disso, chuvas significativas foram registradas devido à formação de um ciclone extratropical, um fenômeno incomum na região. Pesquisadores relataram mais de 38 mil episódios de chuvas intensas no Saara, com apenas 30% ocorrendo no verão e poucos associados a ciclones extratropicais. O envolvimento desse ciclone este ano é considerado único.
Como resultado das chuvas mais frequentes, a vegetação no Saara aumentou, com imagens de satélite revelando áreas mais "verdes" no centro-norte da África. Embora a maior parte da precipitação tenha caído em regiões pouco povoadas, houve inundações repentinas em comunidades do Marrocos, danificando infraestrutura e afetando o fornecimento de eletricidade e água. O Programa Alimentar Mundial da ONU estima que mais de 4 milhões de pessoas foram impactadas pelas inundações.
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