“Confiança, respeito e intimidade emocional são a base de um relacionamento saudável. Saiba mais sobre como manter uma boa relação.
A confiança leva décadas, quando não a vida inteira, para crescer e se desenvolver. O Dr. Barry McCarthy, professor de psicologia na American University em Washington, D.C., chama esse bem intangível de “leito rochoso emocional de um bom casamento”. Ao lado do respeito, forma o cerne da intimidade emocional – o senso reconfortante de que seu casamento é um lugar seguro onde você será valorizado como realmente é e onde você pode se revelar com segurança.
“Confiança, respeito e intimidade emocional criam um laço forte e flexível entre dois parceiros e os faz suportar uma crise unidos”, diz o Dr. McCarthy. “É possível que você não sinta essa necessidade nos primeiros meses do casamento, mas esta é a hora de formar o laço.” Além de terapeuta conjugal e sexual, ele é autor de Getting It Right the First Time – Creating a Healthy Marriage (Acertando da primeira vez – construindo um casamento saudável).
Os maiores desestabilizadores da intimidade emocional
Por um lado, a maioria das pessoas não está ciente dos atos que mais geram – ou quebram – a confiança. “As pessoas acham que é um caso extraconjugal ou o ciúme. Esses são importantes”, observa o Dr. McCarthy. “Entretanto, a maior e mais comum quebra de confiança entre os casais ocorre quando um cônjuge desfaz do outro publicamente, na frente de amigos, colegas ou da família. Quando isso acontece, você precisa consertar o estrago com um pedido de desculpas sincero, assumindo a responsabilidade pelo desastre e conversando sobre o assunto.”
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É preciso saber quais informações devem ser mantidas em segurança e a salvo para se ter um relacionamento digno de confiança. “É diferente para cada casal”, explica o Dr. McCarthy. “Se você vem de uma família que tinha problemas de dinheiro ou mesmo falida, questões financeiras podem constituir ponto vulnerável. Uma mulher pode ter dificuldade de se aproximar se teve um ex-namorado que a humilhava em público.
Em outras famílias, a hipocrisia em relação a crenças religiosas cria sentimentos vulneráveis. Na minha vida, é o fato de que não consigo usar máquinas. Não sei digitar, e mesmo passar um fax é difícil para mim. Então, sou muito suscetível a gozações por causa disso. Minha mulher e eu não gostamos da minha dificuldade com máquinas – é muito inconveniente –, mas ela nunca me subestima por causa disso.”
Confiar pode não ser fácil, mas é necessário
Quando estava prestes a completar 50 anos, Susan Saunders teve uma paixão perturbadora por um amigo. “Toda vez que ele estava por perto, eu ficava sem fala, vermelha. Era uma vergonha”, lembra Susan. “Contei tudo ao meu marido e disse-lhe o quanto eu queria que aquilo não estivesse acontecendo.” A resposta dele a espantou: “Meu marido quis muito conhecer esse homem para que tivéssemos oportunidades de conversar os três. Ele estava me ajudando a superar aquilo.” É um excelente exemplo do motivo pelo qual ela diz: “Confio em meu marido acima de qualquer outra pessoa na Terra.”
Para Priscilla Hunt, confiar nos primeiros tempos do casamento significava conhecer seu marido, Greg, levando em conta as vulnerabilidades que ela desenvolvera como filha de pais alcoólatras. “Tivemos uma série de conversas sérias sobre o assunto”, diz Priscilla, coordenadora de treinamento da Associação para Casais em Enriquecimento Matrimonial, na Louisiana, um programa que treina “mentores de casamento” em todo o país.
“Houve alguns aspectos de nossas vidas em que foram necessários anos até que pudéssemos realmente confiar um no outro, ou que tivéssemos autoconsciência suficiente para saber o que estava acontecendo. Mas sempre trabalhamos a confiança.” Greg conta: “Eu tinha de prestar atenção no quanto a infância de Priscilla a afetava. Havia coisas que realmente desencadeavam uma reação, trazendo à tona os medos viscerais da criança ferida.”
O respeito fortalece a intimidade emocional
O respeito valida a pessoa amada num nível profundo. Para isso, escute e reconheça sentimentos quando seu parceiro lhe contar suas experiências diárias. Não faça pouco do seu cônjuge – nem em seus pensamentos, nem conversando com ele ou ela, nem com amigos e família. “Seja um apoio, não um crítico”, aconselha o Dr. McCarthy. “Ouça com empatia.”
Conhecer e aceitar as maravilhosas qualidades do seu cônjuge, bem como suas idiossincrasias, hábitos irritantes e reais fraquezas, é algo que “entra em conflito com o amor romântico”, prossegue o Dr. McCarthy. Mas é a base sólida do casamento. “O amor romântico fala de um ideal, de uma ilusão perfeita do seu cônjuge”, diz ele. “Respeitar significa ver seu parceiro como ele ou ela realmente é – com defeitos e tudo – e ainda ser leal e apaixonado. Você não precisa concordar com tudo em que seu parceiro crê ou com o que faz. Você pode reconhecer os problemas sem diminuí-lo nem perder o respeito.”