Cientistas analisam a possibilidade de acrescentar mais um nível à escala Saffir-Simpson.
O Furacão Milton atingiu o estado da Flórida e é motivo de preocupação para especialistas e autoridades, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que deixou mensagens para a população.
O fenômeno está sendo descrito como altamente destrutivo, e pode inaugurar uma nova categoria na escala de classificação de furacões.
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Saiba mais sobre a classificação dos furacões
A intensidade de um furacão é classificada de acordo com a escala Saffir-Simpson, que considera sua velocidade e riscos associados à sua passagem. Assim, atualmente existem 5 níveis, sendo o 1 de menor velocidade dos ventos e o 5 o de maior perigo. Você pode ler com mais detalhes sobre a formação e classificação nesta matéria aqui.
O Furacão Milton começou no nível 1, e avançou rapidamente para a quinta categoria. No entanto, acredita-se que ele possa superar o último nível da escala. De acordo com a jornalista Júlia Carvalho, pesquisadores já discutem a possibilidade de ampliar a medida utilizada.
Primeiramente, vale mencionar que a velocidade do fenômeno veio oscilando desde sua aproximação à costa, tanto que houve mudanças na sua classificação. Porém, segundo a jornalista Ana Lucia Azevedo, o National Hurricane Center (Centro Nacional de Furacões) informou que o Furacão Milton pode ultrapassar os 300 km/h, acima da categoria máxima que existe até então.
Por que cientistas consideram uma nova categoria?
Um dos principais fatores que ocasiona na formação de furacões é a temperatura elevada das águas oceânicas. Nesse sentido, o aquecimento do oceano é uma consequência notável das mudanças climáticas, o que favoreceria o surgimento de mais ciclones tropicais destrutivos como o Furacão Milton.
"À medida que aquecemos o planeta com emissões de gases de efeito estufa, cerca de 90% desse excesso de calor que criamos foi para os oceanos", explicou a professora do Departamento de Ciência Ambiental da Rowan University, Andra Jenn, à Júlia Carvalho.
Além disso, um artigo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) indicou que ao menos cinco furacões entre 1980 e 2021 ultrapassaram a categoria 5, o que evidencia que a atual escala não é mais o suficiente para classificar os furacões, que estão cada vez mais potentes.
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