Cientistas identificaram no Maranhão uma nova espécie de dinossauro saurópode que habitou a região há aproximadamente 100 milhões de anos.
Luana Viard | 2 de Janeiro de 2025 às 16:04
Em Davinópolis, no sudoeste do Maranhão, fósseis revelaram uma descoberta científica extraordinária: uma nova espécie de dinossauro, datada de cerca de 100 milhões de anos. Encontrada durante uma escavação em abril de 2021, essa descoberta já é reconhecida como um marco na paleontologia do Brasil.
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Os fósseis encontrados foram classificados como pertencentes a um saurópode, uma variedade de titanossauros reconhecidos por seu pescoço alongado, cabeça reduzida e alimentação herbívora. Algumas espécies podiam alcançar até 8 metros de altura, 20 metros de comprimento e pesar cerca de 40 toneladas. No caso específico do dinossauro encontrado em Davinópolis, estima-se que seu comprimento chegava a 18 metros.
"Esses fósseis representam um dinossauro, espécie distinta, do grupo dos saurópodes, e que verificamos que se trata realmente de uma espécie nova", declarou o pesquisador Elver Luiz Mayer, na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) ao site do g1.
"Além disso, verificamos que existe uma afinidade, um parentesco, entre esse dinossauro do Maranhão e um dinossauro de outro país. Ainda não posso dizer, pois são informações preliminares e os resultados científicos estão sendo finalizados e devem sair no início de 2025", acrescentou.
"O processo de análise dos fósseis envolveu, primeiramente, uma etapa para determinar quais partes do corpo do animal estavam efetivamente representadas. A partir disso, podemos fazer comparações entre o dinossauro do Maranhão e outros dinossauros já descritos na literatura científica em um período correlato, em torno de 100 milhões de anos", afirmou Elver.
Após a conclusão da pesquisa, o próximo passo será preparar os fósseis para serem enviados de volta ao Maranhão. Eles deverão ser exibidos no Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia, localizado em São Luís.
"Agora, as análises estão concentradas na anatomia microscópica dos fósseis. Os padrões celulares e as alterações observadas podem nos dar respostas sobre algumas perguntas: como era o metabolismo e o crescimento desse animal? Quais eram os fatores ambientais que permitiram que aqueles grandes ossos se preservassem como fósseis? Nossas pesquisas estão avançando nesse sentido", concluiu o paleontólogo.
Embora a descoberta em Davinópolis seja única pela excelente preservação e proximidade dos fósseis, o Maranhão já possui um histórico de achados de titanossauros. Na Ilha do Cajual, perto de Alcântara, fragmentos de ossos dessa espécie foram localizados na década de 1990, com uma estimativa de idade entre 95 e 97 milhões de anos.
“Esses fósseis da Ilha do Cajual são geralmente pequenos e isolados, enquanto os de Davinópolis apresentam melhor preservação e maior concentração”, explicou o paleontólogo Manuel Alfredo, da Universidade Federal do Maranhão.
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