Em um experimento, cientistas mostraram que os insetos conseguem colaborar em equipe de maneira mais eficiente que os seres humano
Luana Viard | 27 de Dezembro de 2024 às 18:00
Cientistas israelenses descobriram que formigas, quando trabalham em grupo, conseguem resolver tarefas de maneira muito mais eficiente do que os humanos, segundo um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
No experimento, os participantes precisavam atravessar um labirinto sob condições iguais, transportando um grande objeto com formato de T. Confira o vídeo abaixo e entenda detalhes do experimento.
Para possibilitar a comparação entre dois grupos tão distintos, os cientistas desenvolveram uma versão física do "quebra-cabeça dos motores de piano". Esse desafio computacional é um clássico nas áreas de planejamento de movimento e robótica, envolvendo a busca por soluções para deslocar objetos de formas irregulares de um ponto A a um ponto B, em um ambiente com obstáculos.
No experimento, os humanos competiram contra as formigas-loucas (Paratrechina longicornis). Ambas as espécies receberam um objeto em forma de T, que deveriam manobrar por um labirinto retangular dividido em três câmaras, conectadas por duas fendas estreitas.
A recrutamento de participantes foi simples para os humanos, que se ofereceram como voluntários. Já as formigas foram "enganadas" e aceitaram o desafio acreditando que o objeto em T era um pedaço de comida suculenta que estariam levando para o ninho.
As formigas enfrentaram o desafio do labirinto em três variações: uma única formiga, um pequeno grupo de cerca de sete formigas e um grande grupo com cerca de 80. Já os humanos realizaram a tarefa em três configurações paralelas, com uma pessoa, um grupo pequeno de seis a nove indivíduos e um grande grupo de 26.
Para garantir uma comparação precisa, os grupos humanos foram orientados a evitar qualquer tipo de comunicação verbal ou gestual. Em alguns casos, os participantes usaram máscaras cirúrgicas e óculos de sol para esconder a boca e os olhos.
Os voluntários também foram instruídos a segurar o objeto apenas pelas alças, da mesma forma que as formigas faziam. As alças possuíam medidores que registravam a força aplicada por cada participante durante o teste.
O experimento foi repetido várias vezes em cada configuração. Após isso, os vídeos gravados e todos os dados de rastreamento avançados foram analisados utilizando simulações de computador e modelos físicos. Os resultados foram publicados na última segunda-feira (23) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Enquanto as formigas trabalhavam de maneira colaborativa e com memória coletiva, o que as permitiu seguir uma direção específica e evitar falhas, os humanos não conseguiram aprimorar seu desempenho. Isso foi especialmente evidente quando sua comunicação foi limitada. Os grupos humanos tendiam a adotar soluções "imediatistas", que pareciam vantajosas no momento, mas não geravam benefícios duradouros.
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