Pesquisadores conseguiram desvendar segredo dos Maias para prever acontecimentos astrológicos significativos.
Um novo estudo feito por uma universidade estadunidense revelou segredos acerca dos conhecimentos dos antigos Maias. Essa civilização, cujos conhecimentos e registros científicos foram em sua maioria apagados, possuía grande conhecimento do cosmos e a habilidade de prever eclipses sem nenhum equipamento tecnológico.
Os cientistas americanos John Justeson, da Universidade de Albany, e Justin Lowry, da Universidade Estadual de Nova York, mergulharam em um manuscrito de 78 páginas, escrito à mão entre os séculos XI e XII. Esse documento, feito de casca de árvore, é parte do célebre Códice de Dresden, um dos poucos registros maias que sobreviveram à destruição promovida pela Inquisição espanhola. Dentro dessa relíquia, os pesquisadores encontraram tabelas que registram ciclos lunares, exatamente 405 meses lunares, e que, segundo eles, eram usadas para prever eclipses solares.
Entenda como os Maias previam os eclipses
A grande revelação do estudo está em como os Maias aparentemente reiniciavam seus cálculos para manter a acurácia: em vez de reiniciar após os 405 meses, como se pensava, eles recomeçavam no 358º mês. Esse “atalho” matemático servia para manter a previsão de eclipses alinhada ao ciclo real da Lua
"Esse procedimento também implicaria que, ocasionalmente, a primeira data em uma tabela sucessora seria definida no 223º mês, cerca de 10 horas e 10 minutos depois em relação a esse alinhamento, para ajustar os desvios que se acumulam gradualmente devido às reinicializações no mês 358", revelaram os pesquisadores no ensaio científico.
Graças a esse método, o desvio entre os cálculos maias e os eclipses solares reais ocorridos entre os anos 350 e 1150 d.C. era de “apenas algumas horas”, algo notável, especialmente se considerarmos que se trata de previsões feitas por uma civilização sem instrumentos ópticos modernos.