Os engolidores de fogo têm grande cuidado em não inalar pela boca antes de executarem a proeza. Confira o segredo desse espetáculo quase mágico!
Julia Monsores | 3 de Setembro de 2019 às 19:00
A maioria das pessoas não poderia engolir uma espada sem se ferir. Porque este segredo não é um truque, mas resultado de uma longa prática. Sempre que um objeto entra na garganta e ameaça obstruir a respiração, ativa-se um reflexo de sufocação. Os engolidores de fogo profissionais aprendem a neutralizar esse reflexo. E assim, os músculos da garganta se relaxam e permitiem a passagem da espada.
O caminho entre a boca e estômago não é naturalmente retilíneo. Mas, inclinando a cabeça, o artista pode manobrar a passagem da espada pelo pomo-de-adão, pelo esôfago e para dentro do estômago. O comprimento da espada a ser engolida é ditado pela distância entre a boca e o estômago. Alguns especialistas conseguem engolir espadas até de 66cm.
Uma variante particularmente perigosa é engolir lâmpadas de néon acesas. Proeza que, tal como as espadas, deve ser tentada apenas por hábeis profissionais. Em geral, o público se surpreende ao ver o corpo do engolidor iluminar-se ligeiramente por dentro, mas ignora que essa bizarra contorção do tronco pode ser letal no caso de o tubo se partir.
Outro teste da surpreendente elasticidade do corpo humano é engolir fogo, um antigo entretenimento já conhecido pelos gregos e romanos. Variações espetaculares incluem comer carvão em brasa e mastigar metal fundido.
O segredo é que a saliva ajuda a boca a suportar altas temperaturas sem se queimar, e que quando o ilusionista cerra bem os lábios e para de respirar, consegue extinguir as chamas ao interromper o fornecimento de oxigênio.
Os engolidores de fogo têm grande cuidado em não inalar pela boca antes de executarem a proeza: quando sopram fogo, estão inflamando líquidos especiais que impregnam compressas de algodão escondidas na boca. Podem soprar labaredas de até 9m, como Reg Morris demonstrou em 1986, em Staffordshire, Inglaterra. No ano seguinte, conseguiu apagar na boca mais de 20.000 archotes acesos em menos de duas horas.
Houdini, mágico norte-americano especializado em fugas espetaculares, que morreu em 1926, também aprendeu os segredos de engolir e regurgitar. Em seus números, engolia várias agulhas e um pedaço de linha solta, e depois regurgitava todas as agulhas enfiadas na linha, mas o que fazia era apresentar um outro conjunto de agulhas já preparado, que engolira antes da atuação.