A ciência explica o que faz mulheres grávidas sentirem desejos por sabores peculiares
Luana Viard | 4 de Dezembro de 2024 às 16:46
A gravidez é uma fase de grandes transformações para a mulher, tanto no corpo quanto nas emoções. Para muitas, os desejos alimentares também fazem parte desse momento único. Com a ansiedade à flor da pele, não é raro ouvir histórias de gestantes que se entregaram aos exageros com doces ou passaram a desejar alimentos que normalmente não consomem.
Desejos incomuns, como o impulso de consumir materiais como tijolos, gelo, areia ou até sabão, são mais frequentes do que se pensa e possuem razões que ultrapassam a simples curiosidade. Caso você ou alguém conhecido tenha vivenciado isso, é importante saber que essa condição é chamada de pica.
O termo "pica" descreve o impulso contínuo de consumir substâncias que não são alimentares. Embora possa acontecer com qualquer pessoa, esse comportamento é mais comum durante a gravidez. Esses hábitos, que podem parecer incomuns, podem ser uma maneira do corpo indicar carências nutricionais ou mudanças hormonais típicas desse período.
A Dra. Isabel Botelho, obstetra e ginecologista, esclarece que “o pica não é apenas uma curiosidade ou algo sem importância. Ele pode ser um sinal de que algo não está funcionando como deveria no organismo da gestante.”.
Os motivos que levam ao desenvolvimento do pica durante a gravidez ainda estão sendo estudados, mas há hipóteses bastante sólidas:
Curiosamente, a ingestão de itens como gelo (um dos desejos mais comuns) pode ser uma tentativa inconsciente de aliviar sintomas da anemia, como cansaço e boca seca.
Embora a vontade de consumir esses itens possa parecer inofensiva, ceder a esses desejos pode trazer riscos sérios à saúde:
Dra. Isabel reforça: “É importante que a gestante procure ajuda ao sentir esses desejos, para que possamos investigar as causas e tratar qualquer deficiência subjacente.”
O diagnóstico do pica é clínico e baseia-se na avaliação cuidadosa dos sintomas relatados pela gestante. Os exames de sangue podem identificar deficiências nutricionais, como baixos níveis de ferro, zinco ou outros nutrientes. O tratamento é multidisciplinar, podendo incluir:
Se você está grávida e percebe uma vontade persistente de consumir itens não alimentares, é essencial buscar orientação médica. A consulta com um obstetra pode não apenas esclarecer dúvidas, mas também prevenir complicações para você e seu bebê.
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