A atriz teve que ceder o lugar adquirido na classe econômica premium para outro passageiro.
A atriz Ingrid Guimarães publicou um vídeo no Instagram revelando que funcionários da companhia aérea American Airlines a obrigaram a ceder seu lugar na área econômica premium (classe entre a executiva e a econômica). O caso ocorreu em um voo de Nova York para o Rio de Janeiro na última sexta-feira (07). Segundo ela, a equipe alegou que um assento da primeira classe teria quebrado, então ela precisaria ir para a classe econômica.
Ao recusar mudar de lugar, outro comissário de bordo se aproximou e a abordou em tom de ameaça. Ingrid negou o pedido outra vez, e após isso a equipe anunciou que todos os passageiros teriam que descer da aeronave pois uma pessoa não estava colaborando.
Ingrid falou que vai processar a empresa pelo constrangimento, e seu desabafo nas redes sociais teve repercussão. Assim, a situação provocou dúvidas em alguns internautas sobre as regras de aviação.
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A companhia aérea pode mudar o passageiro de lugar?
As normas de aviação tem como maior objetivo garantir a segurança dos passageiros, portanto a realocação pode ser obrigatória no caso de uma situação específica que envolva a integridade das pessoas. Um exemplo seriam os assentos próximos à saída de emergência. Isso é o que o advogado do Godke Advogados e mestre em Direito Aeronáutico pela Universidade de Lisboa, Marcial Sá, explicou ao Estadão.
"Embora não exista uma regra geral determinando essa realocação, a tripulação tem autoridade para solicitar a troca de assentos sempre que necessário para a segurança do voo", afirmou o especialista.
Já o advogado especializado em direito dos passageiros aéreos, Rodrigo Alvim, contou ao jornal de São Paulo que as regras de realocação costumam ser padronizadas, mas podem variar de uma companhia para outra. Pessoas viajando sozinhas normalmente são as primeiras deslocadas, segundo o advogado.
A repercussão do caso de Ingrid Guimarães
Ingrid Guimarães ao falar sobre o ocorrido em entrevista ao jornal O Globo, descreveu o episódio como "uma situação constrangedora".
"Dá uma sensação de impotência enorme. Fiquei muito humilhada, com uma sensação de fragilidade absoluta. Fui uma situação abusiva, constrangedora, fui muito desrespeitada."
O turismólogo Vitor Vianna explicou à Veja que a mudança do passageiro para uma classe inferior deve ser voluntária, então a atriz deve receber além do reembolso, uma indenização por danos morais.
"Agora ela deve processar a companhia área, e além do reembolso do valor pago (a mais pelo assento na premium econômica), tem direito a uma indenização por danos morais, que deve ser em valor suficiente a desestimular a companhia a continuar com condutas abusivas como esta, que diga-se de passagem, tem sido recorrente na empresa."
A American Airlines declarou, em nota enviada ao Globo, que entrará em contato com a atriz para resolver a situação.
"Nosso objetivo é proporcionar uma experiência de viagem positiva e segura para todos os nossos passageiros. Um membro da nossa equipe está entrando em contato com a cliente para entender mais sobre sua experiência e resolver a questão."