50 segredos que os pilotos de avião não lhe contariam mais 3 que nunca lhe dirão

Os pilotos sabem o que deve ou não deve ser dito aos passageiros para não causar pânico sem necessidade. Se houver um problema sério, eles avisam.

Elen Ribera | 1 de Março de 2020 às 12:00

lucato/iStock -

Pedimos a pilotos brasileiros que nos dessem respostas sinceras sobre regras chatas de segurança. E além disso, atrasos inexplicáveis, o céu e alguns comportamentos lá em cima – e o que acontece realmente atrás das portas da cabine. Sem dúvida, o que eles disseram vai mudar o seu modo de voar…

1. “Nossa responsabilidade é levar o passageiro em segurança. Se a sua bagagem foi extraviada ou você não gostou do serviço de bordo, por favor não reclame comigo."

2. “Não existe pouso na água, a não ser que a aeronave seja própria para pousar na água. Isso se chama cair no mar.”

3. “Não existe controle que permita saber se o piloto ingeriu álcool antes de voar. Vai da consciência de cada um.”

4. “Não se iluda: os pilotos tiram, sim, cochilos dentro da cabine. É claro que ninguém entra em sono profundo, mas nós dormimos uns dez minutinhos, com certeza.”

5. “No Brasil, a maioria das companhias aéreas considera velho um piloto com mais de 35 anos. E isso é um erro. Como é possível ter experiência sem ter idade? Hoje, com 46 anos, tenho uma experiência de 12 mil horas de voo, mas me consideram velho demais para voar.”

6. “Viajar com pouco combustível para fazer economia? Sim, muitos pilotos são obrigados a isso. Para certas companhias aéreas, o lucro está em primeiro lugar. E a conta é simples: combustível significa peso e peso é custo. Quanto menos peso você carrega, menos combustível gasta. Não é nada tranquilo viajar com a quantidade mínima de combustível, principalmente em caso de imprevisto ou tempestade.”

7. “Quando há alguma anomalia técnica que não passa despercebida aos passageiros, a tripulação age com muita cautela. Não vamos dizer a eles algo que vá deixá-los em pânico. Costumamos passar as informações de modo a tranquilizá-los. É uma questão de segurança não passarmos para os passageiros o que realmente está acontecendo a fim de manter a estabilidade emocional de todos a bordo.”

8. “No exterior, as companhias aéreas costumam afastar do voo tripulantes que têm problemas de relacionamento. No Brasil isso não acontece e faz com que algumas vezes se tenha na mesma cabine um piloto e um copiloto que se odeiam. Os passageiros que estão no avião não têm ideia de quem está lá na frente, e uma briga durante o voo num momento de crise pode ser fatal.”

9. “Nós, pilotos, temos um ditado: ‘mais vale um pássaro na mão do que dois no motor!’ É claro que os motores passam por testes e estão preparados para o encontro com uma ave no céu. Mas, se um pássaro se chocar contra o sensor, numa parte mais sensível da fuselagem, ou se um bando voar de encontro ao motor, há risco de queda. E isso não é impossível de acontecer.”

10. “A verdade é que estamos estressados. E nem é pela jornada de trabalho que, no Brasil, é de 12 horas, enquanto nossos colegas em outros países trabalham até 16. Mas ficamos exaustos pela falta de infraestrutura, de auxílio aeronáutico, de pistas adequadas para um voo mais seguro e, principalmente, pelo congestionamento do tráfego aéreo.”

11. “No Brasil, a infraestrutura aeroportuária é incrivelmente ruim. São centenas de aeroportos que não funcionam como deveriam. Mas, para mim, os dois piores são o Campo de Marte, em São Paulo, e o Santos Dumont, no Rio de Janeiro. No primeiro, que fica na Zona Norte de São Paulo, que é uma área residencial, é crítica a operação por causa da quantidade de tráfego e dos corredores visuais, em que os pilotos voam guardando distância das outras aeronaves, sem o auxílio de um radar. Se um piloto não estiver muito atento, há risco potencial de colisão. Já o Santos Dumont é tão arriscado que os copilotos não têm autorização para pouso, só os comandantes, por conta do relevo montanhoso em volta e pelo curto comprimento da pista.”

12. “Na aviação, pousos e decolagens são considerados as duas operações que exigem dos profissionais concentração, habilidade técnica e silêncio para permitir detectar algo incomum no desenrolar dos acontecimentos. Aliado a isso, em pistas curtas, não se deve ‘amaciar’ o pouso, principalmente se a pista estiver molhada. Chamamos isso de ‘pouso técnico’, mais ou menos como um pouso em porta-aviões.”

13. “As companhias aéreas enfatizam a pontualidade, que é uma ferramenta de marketing. A empresa tem a responsabilidade de atender os passageiros em conexão, seja atrasando um voo ou alocando-os em hotéis, pois estes contrataram um serviço para levá-los de “A” a “B”. Às vezes, porém, temos de lidar com o mau tempo e a infraestrutura precária em alguns aeroportos. E, se um voo atrasa, a empresa ainda está sujeita a penalidades pela ANAC.”

14. “Às vezes, as pessoas nos param no aeroporto para pedir informações assim que nos veem com uniforme e crachá da empresa. Se for informação sobre a companhia aérea em que trabalhamos, até podemos ajudar, mas, em geral, digo ao passageiro que procure o balcão de informações da companhia.”

15. “No Brasil, a infraestrutura dos aeroportos é, e continuará sendo por muito tempo, a maior responsável pelos atrasos nos voos. Os controladores de voo não fazem milagres. Quando a infraestrutura aeroportuária é deficiente, os atrasos são inevitáveis.”

16. “É comum acontecer o seguinte: estou voando de Porto Alegre para São Paulo e aviso aos passageiros que teremos um atraso por causa do mau tempo. Eles olham pela janela e veem o céu azul em Porto Alegre. Alguns então ligam para conhecidos em São Paulo para checar como está o clima por lá. E ficam sabendo que o dia está lindo também naquela cidade. Mas o que eles não entendem é que no espaço aéreo entre Santa Catarina e Paraná as condições meteorológicas não são das melhores. Ou seja, o problema não está no local de decolagem nem no de aterrissagem, mas ao longo da rota.”

17. “As pessoas podem não entender certas normas da ANAC, como a de manter o cinto de segurança afivelado quando o avião está em terra, taxiando a menos de 15 km por hora, e poder ficar sem o cinto quando a aeronave está no ar, a 600 km por hora. Mas a explicação é simples: o pouso e a decolagem são as duas fases mais críticas do voo, quando a aceleração ou a necessidade de uma freada brusca podem machucar quem não esteja devidamente sentado e com o cinto afivelado. Esta regra é para a segurança dos passageiros.”

18. “Se você quiser parabenizar o piloto depois de um voo tranquilo, diga: ‘que belo pouso e decolagem!’ É que essas duas operações são um bom indicador das habilidades do piloto, e demonstrar perícia nessa hora não é algo tão corriqueiro.”

19. “Atenção na hora de comprar uma passagem que inclui escala por outra companhia. É que, para voar por companhias menores, os pilotos não são obrigados a ter tanto treinamento e experiência. É possível ser piloto de uma companhia regional ou de táxi aéreo com menos de 300 horas de voo. Já para as grandes companhias aéreas, é exigido do piloto um mínimo de mil horas. E o público não sabe disso.”

20. “A vida do piloto pode ser sacrificante. Acordamos muitas vezes de madrugada para transportar um passageiro com segurança e conforto, porém quando presenciamos um pôr do sol a 39 mil pés, tudo vale a pena.”

21. “O ar da cabine não é tão sujo quanto muitos pensam. Parte do ar é recirculada porque isso ajuda a reduzir a umidade. Mas ele passa por filtros HEPA de categoria hospitalar, que garantem sua qualidade. Não é um ar puro de montanha, mas é mais saudável do que o de uma sala fechada com 10 pessoas em reunião.”

22. “É um hábito comercial a empresa afirmar que um voo é de três horas quando, na verdade, está previsto para duas horas e meia. Para isso, muitas companhias aéreas ajustaram os horários de chegada dos voos para garantir um bom registro de aterrissagens pontuais.”

Três coisas que os pilotos jamais dirão

— “Há um centro de trovoadas logo adiante.” Em vez disso, eles dirão: “Vamos passar por um local com um tempo um tanto instável à frente.”

— “Um dos nossos motores acaba de falhar.” Em vez disso, eles dirão: “Um dos nossos motores está indicando inadequadamente.” (Ou, mais provavelmente, não dirão nada, e você jamais perceberá a diferença. A maioria dos aviões voa bem sem um motor.)

— “A visibilidade lá fora é zero.” Em vez disso, eles dirão: “Há um pouco de nebulosidade na área de Brasília.”

Quando se preocupar

23. “Se você ouvir o piloto pedir à tripulação que fique sentada e afivele os cintos de segurança, pode saber que é sinal de forte turbulência se aproximando. Em geral, quando o aviso vale só para os passageiros e a tripulação continua se movimentando na aeronave, não é nada sério. E atenção para o aviso que damos aos passageiros para permanecerem sentados após o pouso. Muitos nem esperam o avião parar e vão logo se levantando. Não se deve fazer isso, pois pode haver um obstáculo na pista e ser preciso frear bruscamente.”

24. “Uma turbulência de céu claro é causada quando deparamos com uma corrente de ar ascendente. E é pior do que atravessar um centro de trovoadas. Esse tipo de turbulência, que faz o avião sacudir violentamente, não dá para prevenir e nem detectar no radar. E o pior é que, como não conseguimos detectar, não podemos evitar a área, como fazemos quando notamos uma tempestade próxima.”

25. “Viajar com um bebê no colo é muito perigoso. No caso de forte turbulência ou de desaceleração, você provavelmente não será capaz de segurar a criança. E as mães não podem pôr o cinto de segurança nos filhos quando estão no colo porque isso é ainda mais perigoso. Na verdade, os bebês ficam dependendo da habilidade da mãe em segurá-los no caso de uma emergência. E não existem cadeiras especiais para criança como as de automóveis. Mesmo assim, estatisticamente, é muito mais seguro viajar de avião do que de carro.”

26. “Não faz sentido o pavor que os passageiros têm de uma simples turbulência. É claro que, se pudermos evitá-la, fazemos isso, mas só porque ela é desconfortável. A turbulência é uma condição atmosférica normal, por causa da formação das nuvens, e não tem nada de perigoso. É praticamente impossível uma turbulência derrubar um avião.”

27. “Quando as pessoas me perguntam qual foi a pior situação que passei na minha vida de piloto, respondo que o que me dá pânico mesmo é andar de mototáxi em Goiânia!”

28. “É claro que um raio pode atingir um avião. Mas as aeronaves estão preparadas para isso e foram construídas para receber descargas elétricas. Quando estamos na cabine, só vemos um clarão, mas nem ouvimos o choque. Além do mais, hoje em dia os radares são tão modernos que sabemos cada detalhe do que vai acontecer durante o voo e dá para prever até mesmo um raio. E raios não derrubam aviões.”

29. “A maioria de vocês nem pensaria em sair pela estrada a 90 km por hora sem usar o cinto de segurança. Mas quando estamos voando a 750 km por hora e desligamos o sinal do cinto, a metade de vocês o retira. Porém, se passarmos por uma pequena bolsa de ar, sua cabeça vai bater no teto. Por mim, o uso do cinto deveria ser obrigatório em todas as fases do voo.”

30. “Não existe no avião um lugar mais seguro para viajar. Nunca me preocupo onde vou me sentar, escolho a poltrona por espaço e principalmente pelo ruído. Os assentos traseiros são muito barulhentos. Eu diria que é mais inteligente conhecer a empresa e o avião e escolhê-los como garantia de segurança.”

31. “Para se tornar piloto no Brasil é preciso ter três carteiras: piloto comercial, IFR (habilitação de voo por instrumentos) e Multimotores (habilitação para aeronave com mais de um motor). Para tirar essas três carteiras, gasta-se em torno de R$ 85 mil reais, com dois anos de aprendizado em média. Quem está se formando consegue emprego em empresas pequenas por um salário entre R$ 1.000 e R$ 2.000. Já um copiloto de companhia aérea comercial ganha entre R$ 4 mil e R$ 8 mil.”

32. “Há uma máxima entre nós que diz o seguinte: ‘se eu conhecesse todos os países que as pessoas acham que conheço, apenas por pousar nos aeroportos, seria turista aposentado e multimilionário. E se fosse verdade o que pensam as esposas – de que os pilotos têm uma amante em cada pernoite –, teríamos de trabalhar a vida toda em dois empregos só para sustentá-las.”

33. “O avião é igual a uma gangorra. Se você ficar no meio, quer dizer, mais perto das asas, não sentirá balançar tanto. Já em caso de acidente, dizer que quem está mais próximo à asa está mais seguro é só uma tese. O que importa é usar o cinto e estar com a poltrona na vertical. No caso de turbulência, por exemplo, isso evita que o passageiro bata com a cabeça.”

34. “Em geral, as pessoas pensam que os dias quentes e ensolarados são os melhores para voar. Na verdade, o momento em que se tem menos turbulência é justamente após uma frente fria, quando a atmosfera fica mais estável. Se você for um passageiro nervoso, procure voar pela manhã. Teoricamente, quanto mais cedo, menos quente está, por isso, melhor é o voo.”

35. “Várias vezes os comissários vieram me dizer que os passageiros estavam assustados ao saber que o piloto era uma mulher. Muitos ainda ficam na esperança de que, quando há uma mulher na cabine, que ela seja apenas o copiloto e não o comandante. O que pensam que estou fazendo na cabine, volume? E os passageiros nem sabem que o copiloto também leva a aeronave.”

36. “Algumas vezes pedimos aos controladores notícias sobre um jogo de futebol. Durante a última Copa, o controlador anunciou a todas as aeronaves os resultados da Seleção Brasileira, mas não dá para ficar perguntando.”

Explicação para aquelas regras chatas

37. “Não pedimos que você guarde o laptop por estarmos preocupados com a interferência eletrônica. Nas aeronaves mais modernas, a possibilidade de uma interferência dessas derrubar a aeronave é remota. O grande problema é ter um objeto solto na cabine a 300 km por hora. Trata-se de ter um projétil no colo.”

38. “Caros passageiros, quando pedimos que vocês retirem os fones de ouvido só queremos que prestem atenção aos procedimentos de segurança, que ponham o encosto da poltrona na vertical, atem os cintos e permaneçam sentados, após o pouso, até a parada completa da aeronave. Isso é para sua segurança e não para perturbá-los à toa.”

39. “Ninguém compreende por que não pode usar o telefone celular. Mas o que pode acontecer é que 12 pessoas decidem telefonar quase no momento do pouso, e eu posso receber dados falsos nos meus instrumentos, dizendo que estamos mais altos do que realmente estamos. A interferência eletromagnética é um fenômeno pouco conhecido e, como voar em aeronaves comerciais envolve a vida de muitas pessoas, não custa nada desligar o celular.”

40. “Durante as fases críticas do voo (pousos e decolagens), geralmente pedimos aos passageiros que deixem as persianas das janelas abertas. Isso permite aos comissários detectar algo de errado com o avião e analisar qual o melhor lado para evacuar a aeronave, caso necessário.”

Nem tudo é glamour no céu

41. “Muitos têm uma ideia da profissão do piloto como a melhor possível. Mas tem também o outro lado: ficar longe de casa. Dependendo da escala, podemos ter um mês em que ficamos em casa apenas 10 dias. Sentir saudade da família não tem nada de glamouroso.”

42. “Costumo escolher muito bem para quem vou dar os meus passes de ‘amigo’. Esse passe é uma concessão da empresa ao funcionário, portanto respondo por ele. Às vezes é preciso ficar numa fila de espera de dias ou semanas para conseguir embarcar. É claro que se a pessoa quer pegar uma ponte aérea Rio-São Paulo numa segunda-feira, às 7h da manhã, não vai conseguir embarcar, porque tem passageiro pagante. Então, a pessoa precisa entender isso.

Por trás da porta da cabine

43. “Eis algumas frases que o copiloto não gostaria de ouvir do comandante: ‘está sentindo este cheiro estranho?’ Ou: ‘que luz é essa aí piscando?’ Mas uma das piores é quando ouvimos: ‘Que barulho foi esse?’ Lá na cabine, estamos acostumados com todos os barulhos possíveis, então quando se ouve algo anormal a 40 mil pés de altura, dá para assustar.”

44. “Não pense que os pilotos são desnecessários já que o avião se pilota sozinho. Usamos, sim, o piloto automático algumas vezes. Mas nunca deixamos o voo totalmente por conta deles. Estamos sempre atentos aos instrumentos e com as mãos nos controles. Em aeronaves maiores não é nada comum que o piloto automático erre, mas pode acontecer.”

45. “Em filmes ou programas de TV, a gente sempre vê os pilotos de quepe e ainda usando os headsets por cima! É claro que isso não acontece na vida real, tiramos o quepe assim que entramos na cabine.”

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46. “Muitas vezes os passageiros estão morrendo de frio e vem um comissário me pedir para aumentar o ar. Parece que comissários e passageiros não se entendem com relação à temperatura. Mas é porque a tripulação está em movimento, e os passageiros, que estão o tempo todo sentados, morrem de frio.”

47. “Uma boa dica é sempre viajar com sapatos fechados. No caso de uma emergência, de um pouso forçado, ou até mesmo se o avião tiver de ser evacuado, você pode perder os seus chinelos no meio da correria e vai acabar ficando descalço no meio do mato ou no asfalto quente.”

48. “Muitos passageiros adoecem depois de viajar de avião, mas não por causa do ar dentro da aeronave. Em cada pouso e decolagem a mesinha do assento e as poltronas são limpas, e claro que o banheiro também. Mesmo assim, a parte mais anti-higiênica do avião é o toalete. Tem muita gente que não lava a mão depois de ir ao banheiro. Já flagrei até mesmo o pessoal da limpeza, de luvas, acabar de limpar e fechar a porta do toalete usando a mesma luva da limpeza, ou seja, a maçaneta está sempre suja.”

49. “Se estiver viajando em aviões menores, procure se sentar nas cadeiras da frente, de onde parte o fluxo de ar. Já nas grandes aeronaves nem se importe com isso. Os pilotos têm como controlar a temperatura tanto na parte da frente quanto na parte de trás do avião.”

50. “Em voos noturnos, me sinto extasiado e abençoado por fazer parte de mais um ponto luminoso, mesmo que efêmero, daquele veludo negro celestial salpicado de estrelas...”

Os pilotos sabem o que deve ou não deve ser dito aos passageiros para não causar pânico sem necessidade. Se houver um problema sério, eles avisam.

Por Josiane Duarte

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