TikToker viraliza ao fazer receitas que encontrou em cemitério e surpreende a todos

Existem muitos lados do TikTok, dos fãs de true crime à dancinhas. Algumas contas do TikTok são peculiares, como a da norte-americana Rosie Grant, que é uma interseção de dois nichos muito diferentes: culinária e cemitérios.

Tudo começou como uma tarefa para a pós-graduação. Ela estava na escola de biblioteconomia da Universidade de Maryland e fez um curso sobre criação de conteúdo, onde recebeu a inusitada tarefa de fazer uma página no TikTok do zero.

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“Pode parecer um pouco estranho da minha parte. Eu estava fazendo pós-graduação em biblioteconomia na Universidade de Maryland na época e tive uma aula sobre como a mídia social funciona. Paralelamente às aulas, eu estagiava em um cemitério e acabei juntando uma coisa na outra", disse Grant.

Determinada a registrar as atividades do dia a dia de forma única e significativa, ela encontrou uma maneira peculiar de resgatar o passado e preservar a memória através de pratos repletos de significado.

“No início, eu falava de outros assuntos, como o que cada material fazia, as histórias dos túmulos que eu achava bonitos etc. Até que eu soube de uma lápide no Brooklyn, em Nova York, de uma mulher chamada Naomi Odessa Miller Dawson, que tinha a receita de um Spritz Cookie (biscoitos amanteigados e crocantes) que ela fazia. Quando eu vi, pensei: ‘Uau, isso é muito interessante e legal’. Eu cozinhei, postei sobre o processo no TikTok e foi como se tudo tivesse explodido. Muitas pessoas tinham dúvidas ou me mandavam dicas sobre como torná-lo crocante e coisas assim. Eu vi que havia outras pessoas, principalmente mulheres, que também fizeram isso”, complementou a cozinheira. 

Em meio à tantas histórias do passado, Rosie desvendou uma forma de revivê-las através da sua culinária. Em pouco tempo a sua tarefa acadêmica se tornou uma grande oportunidade de se conectar com essas pessoas que já haviam deixado a Terra.

“A lápide de Naomi foi a primeira que eu ouvi falar. Geralmente, nas pedras não têm as instruções de como fazer a receita, só os ingredientes, então eu cozinhei os biscoitos da forma que eu achei que era a correta. Mas, depois, eu acabei visitando a casa dela e cozinhei junto com os seus familiares. Eles têm a prensa de biscoitos original, ainda têm a receita, que agora é feita pelo bisneto dela, que faz todos os anos. É uma experiência muito bacana ouvir as histórias dessas pessoas e entender o motivo pelo qual a família decidiu colocar a receita nas suas lápides”, relatou Rosie. 

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“Das que eu já vi, só 19 tinham receitas. Também encontrei duas em Israel. Mas todos estão, infelizmente, muito espalhados, alguns em cemitérios muito pequenos. Eu encontrei a maioria deles por notícias locais, blogs, podcasts e, agora, com os meus vídeos chamando atenção, as próprias famílias começaram a entrar em contato comigo para enviar as receitas para mim", complementou.

Já fazem dois anos que Rosie embarcou na jornada de cozinhar receitas escritas em lápides e compartilha que isso tranformou sua visão sobre memória e morte. Hoje, ela mesma afirma que colocará uma receita em sua lápide.

“Eu acredito que nós estamos todos mais conscientes sobre a morte e as questões que a envolvem, principalmente depois da pandemia. Apesar de ser um assunto difícil, falar sobre comida, especialmente de uma receita, faz com seja muito mais fácil gostar. Acho que a comida realmente nos conecta à memória de alguém muito mais tangivelmente do que uma fotografia. Quando a minha avó faleceu, por exemplo, eu gostaria que no funeral nós tivéssemos falado sobre a comida dela que gostávamos, queria o bolo que ela fazia em todos nossos aniversários. Enfim, é mais do que apenas olhar para ela ou contar uma história, a gente pode provar, sentir o sabor, o cheiro”, disse. 

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