Diversos objetos são reconhecidos como símbolo do natal. Descubra agora a história por trás de 12 desses símbolos natalinos.
Douglas Ferreira | 8 de Dezembro de 2021 às 10:00
Se você gosta de enfeitar a casa para a chegada do Natal, já deve ter percebido quantas coisas são inseridas na decoração anualmente. Todos esses símbolos do Natal e os costumes foram incorporados nas tradições natalinas com o passar do tempo.
A celebração do Natal acontece em quase todos os países do mundo, mas de maneiras bem diferentes. Cada um tem suas tradições, que vão das roupas aos pratos da Ceia, mas todos celebram o amor e a fraternidade, reunidos em família ou com amigos.
No entanto, mesmo com suas particularidades, graças à globalização é possível reconhecer em praças e shoppings decorações e canções típicas dessa época do ano. Com certeza não será difícil esbarrar com um Papai Noel por aí!
O Natal também traz um sentimento de paz e vem carregado de muita religiosidade. Por se tratar da celebração do nascimento de Jesus, muitos dos símbolos natalinos retratam a fé cristã. Talvez você não saiba, mas até a árvore de Natal tem origem no cristianismo. Quer saber mais? Então conheça algumas das histórias por trás dos símbolos do Natal e dê mais significado à sua festa!
O velhinho gordo, barbudo e vestido de vermelho é uma das figuras centrais do Natal. Ele funde as características de diversos personagens provenientes de todo o mundo. Mas, trata-se de uma mistura do Papai Natal da Inglaterra, de São Nicolau de Bári e do Menino Jesus.
São Nicolau era bispo de Mira e uma pessoa muito generosa. Conta a história que um vizinho da diocese se encontrava em tamanha penúria que decidiu vender as filhas para sobreviver, já que não podia casá-las por falta de dinheiro para o dote. Para evitar essa dor à família, São Nicolau pegou uma bolsa cheia de moedas de ouro e, à noite, arremessou-a pela chaminé da casa desse homem. Com esse dinheiro ele casou a filha mais velha.
Porém, o mesmo aconteceu com a outra filha. Então, São Nicolau voltou a doar as moedas de ouro anonimamente. O pai das moças, muito agradecido, quis saber a identidade de quem tão generosamente os havia ajudado, assim se escondeu perto da janela e esperou a chegada do benfeitor. Ao vê-lo, emocionou-se muito e, embora Nicolau o fizesse prometer que não contaria a ninguém, ele não se conteve e espalhou a história pela cidade. Muitas lendas fizeram com que a fama do santo se estendesse por todo o continente.
O Papai Noel de hoje
Porém, o Papai Noel que conhecemos hoje só assumiu esta forma a partir do século XIX. Em 1863, o cartunista Thomas Nast, da revista Harper’s Weekly, começou a desenvolver sua própria imagem do Papai Noel. Deu-lhe barbas e o apresentou todo vestido de peles, dos pés à cabeça.
No final do século XIX, a figura de Papai Noel já aparecia em todos os lugares, mas não estava padronizada. Ele era representado tanto grande quanto pequeno, em geral gorducho, mas às vezes normal ou ligeiramente robusto e vestido com peles ou com trajes de cor vermelha, azul, verde ou grená. Pouco a pouco, a cor vermelha se tornou a preferida.
O século XIX foi fundamental para a difusão e a consolidação da figura do Papai Noel. Por um lado se definiram seus traços e atributos mais típicos e, por outro, continuou o processo que, aos poucos, o transformaria em um personagem laico.
Há uma lenda proveniente da Europa, especificamente da primeira metade do século VIII, em que se conta que um carvalho que os pagãos acreditavam sagrado caiu sobre um abeto, mas este último milagrosamente permaneceu intacto e por isso foi proclamado a árvore do menino Jesus. Sua forma triangular foi adotada como símbolo da Santíssima Trindade e a luz da estrela na cúspide passou a ser a representação de Deus Pai.
Os enfeites simbolizam a alegria pelo nascimento de Jesus e as bolas, estrelas e sinos que se penduram na árvore de Natal representam as pedras, as maçãs e outros elementos que no passado decoravam o carvalho, antecessor do atual pinheiro de Natal. Acredita-se que, como o carvalho perde suas folhas durante o inverno, era necessário enchê-lo de adornos para dar a ele o aspecto de uma árvore em sua plenitude, cheia de frutos.
As luzes da árvore representam a fé. Antigamente, se usavam velas, em vez de luzes artificiais, e essas velas correspondiam à purificação; sua chama era o símbolo com que se representava Cristo como sendo a luz do mundo.
A estrela representa o luzeiro que guiou os fiéis e os Reis Magos até Belém para adorar o menino Jesus.
Algumas pessoas acreditam que a troca de presentes simboliza a oferenda que Deus fez aos seres humanos enviando Jesus; outros creem que essa prática se relaciona aos presentes dados ao menino Jesus por ocasião do seu nascimento.
Atualmente, são concebidos como uma expressão de amor e amizade. Mas o importante ao presentear é a atitude, pois, sem levar em conta o valor do presente, o que aflora é o espírito de generosidade e bom coração de quem está presenteando, e o sentimento de agradecimento e humildade da parte de quem recebe o presente.
Como a época natalina é considerada um tempo para compartilhar e expressar carinho, oferecer algo aos outros é uma maneira de cumprir essa tradição. Inclusive, biscoitos de Natal também podem ser bons presentes.
Na tradição cristã, eles são aqueles que visitaram e levaram presentes para o Menino Jesus, “o rei dos judeus”, que acabara de nascer. Na Igreja ocidental são conhecidos como Melchior, Gaspar e Baltazar, embora recebam diversos nomes nas Igrejas orientais. Melchior levou-lhe ouro, Gaspar o presenteou com incenso e Baltazar deu-lhe mirra.
Alguns dos tradutores mais antigos usavam a palavra mago como “sábio”. Uma vez que no Evangelho de São Mateus está implícito que observavam as estrelas, pode-se supor que o termo se refere aos astrólogos de Zoroastro; ao se acrescentar “do Oriente” entende-se que vinham da Pérsia.
São Francisco de Assis foi o fundador da ordem franciscana e quem iniciou, entre 1200 e 1226, o costume de montar um presépio. Segundo a tradição, São Francisco percorria os campos perto do pequeno povoado de Rieti no inverno de 1223. Nesse Natal, São Francisco estava na ermida de Greccio, e foi ali que teve a inspiração de reproduzir ao vivo o mistério do nascimento de Jesus.
Construiu um casebre de palha em forma de portal, pôs dentro dele uma manjedoura, trouxe um boi e um jumento dos vizinhos do lugar e convidou um pequeno grupo para reproduzir a cena da adoração dos pastores. Conta a lenda que, de maneira milagrosa, surgiram anjos em cena que personificaram o Menino Jesus, a Virgem Santíssima e São José.
A ideia de reproduzir o nascimento se popularizou rapidamente em todo o mundo cristão. Mesmo assim, a tradição assinala que o primeiro presépio foi feito em Nápoles em fins do século XV, montado com figuras de barro. Carlos III ordenou que os presépios se estendessem e popularizassem em todo o reino italiano e espanhol.
O Advento representa uma etapa de preparação e reflexão, ou seja, um tempo de renovação espiritual e esperança antes da chegada do Natal. Ele começa quatro domingos antes do Natal, mais ou menos no dia 30 de novembro.
Em algumas culturas europeias e da América do Norte, existe, há pelo menos um século, a tradição de colocar um calendário feito em um quadro com janelinhas que se abrem a cada dia até chegar o Natal. Esse calendário pode ser elaborado de diferentes modos, mas seu objetivo é didático e se usa para que as crianças contem os dias que faltam para o Natal e se preparem para recebê-lo.
A missa do galo é celebrada exatamente à meia-noite, hora em que, segundo a tradição cristã, Jesus Cristo nasceu. Foi assim chamada porque se diz que o galo foi um dos animais que presenciaram o nascimento de Cristo e foi o primeiro a anunciá-lo.
A missa do galo começou a ser celebrada no século V; um dado curioso é que, até princípios do século XX, esta cerimônia litúrgica começava com o canto de um galo, verdadeiro ou artificial. Em alguns lugares da América Latina, a missa era a ocasião para que as mulheres trocassem doces por um pão feito na igreja, que havia sido abençoado e que se costumava chamar de “Pão de Natal”; este pão era muito apreciado porque a ele se atribuíram qualidades milagrosas e sagradas.
A figura do anjo se relaciona ao amor, à bondade e à misericórdia. Trata-se de um mensageiro entre o céu e a terra, encarregado, por exemplo, de congregar os pastores e as pessoas que vão adorar o Menino Jesus. Também se interpreta como um protetor, já que se supõe que foi um anjo quem cuidou da Sagrada Família durante sua fuga para o Egito. Considera-se também que os anjos são símbolos do invisível, daqueles que transitam entre as forças que ascendem, entre a origem e sua manifestação.
O anjo representa o sublime e o etéreo, além de ser o mensageiro que traz as boas novas. As primeiras canções de Natal, como Adeste Fidelis, têm a ver com essa característica.
A estrela na decoração natalina representa o astro que guiou os fiéis e os Reis Magos até Belém para adorar o Menino Jesus. As estrelas também são associadas à esperança e à boa sorte, assim como aos ideais de uma vida melhor. As estrelas anunciam os desígnios de Deus e, segundo a Bíblia, cada uma delas tem um anjo protetor, crença que apoia a ideia antiga de que cada estrela que povoa o firmamento é um anjo.
Os doces em forma de bengala representam os cajados dos pastores que depois da anunciação do anjo foram adorar o Menino Jesus na manjedoura. As cores dos cajados costumam estar relacionadas ao espírito do Natal, ou seja, o branco reflete a inocência e o vermelho é interpretado como o amor.
Os sinos são uma demonstração da alegria natalina e estão vinculados aos anjos, que os tocam para anunciar as boas novas. Também se acredita que eles afugentem os maus espíritos. Para os cristãos, os sinos estão relacionados à oração e ao recolhimento.
Antigamente as frutas serviam para decorar a árvore de Natal e eram comidas pelas crianças. A lenda diz que durante um ano com escassez de frutas um artesãos fez as bolas de vidro para imitar as frutas. Por conta da beleza, as bolas acabaram substituindo as frutas como um símbolo do Natal.