Record é acusada de demitir autores que se recusam a virar evangélicos

Mais uma vez, a Record é acusada de preconceito religioso; agora o caso foi para a justiça

Laura Oliveira | 31 de Maio de 2023 às 15:55

- Imagem: Reprodução

A rede televisiva Record está sendo acusada de demitir autores de novelas por se recusarem a se tornar evangélicos. Alguns dos rejeitados foram Emílio Boechat, Joaquim Assis, Camillo Pelegrini, Cristianne Fridman e Paula Richard, que levou a denúncia à Justiça. As informações são da UOL

Em 2021, Emílio Boechat criticou publicamente a emissora através de suas redes sociais. Na época, Cristiane Cardoso e a Igreja Universal estavam comandando formalmente a produção de novelas.

"O que esperar de uma emissora que entregou a dramaturgia nas mãos de amadores cujo compromisso é apenas divulgar os dogmas de uma igreja específica? Tenho pena dos atores e demais profissionais que se submetem a essa humilhação porque precisam de dinheiro", afirmou o autor.

Indenização pode chegar a R$ 5,6 milhões

A autora de 'Jesus' (2018-2019) e 'O Rico e o Lázaro' (2017) pede por indenização por preconceito religioso, que pode chegar a R$ 5,6 milhões.

Richard afirma que sempre teve uma boa relação com membros da Igreja Universal, com exceção de Cristiane Cardoso. Para a autora, a filha do televangelista Edir Macedo sempre procurou escritores alinhados com a Universal para escrever as novelas.

"A relação de trabalho da autora com membros da igreja, seja na produção ou com as colaboradoras que foram inseridas na sua equipe, sempre foi amena; entretanto, ao que tudo indica, a já mencionada senhora Cristiane Cardoso estava determinada a ter apenas membros da Igreja Universal escrevendo na Record TV o que constitui, a toda evidência, inaceitável discriminação de cariz religioso", diz Luciene Adam Oliveira, advogada de Paula Richard, autora da ação.

 

Paula ainda cita Boechat e outros autores, como Camilo Pellegrini e Joaquim Assis, que não se declararam da Igreja Universal ou evangélicos e, como consequência, não tiveram seus contratos renovados. 

"A saída de todos esses profissionais --entre os quais, a reclamante--, ao que tudo indica, é fruto da intolerância religiosa da senhora Cristiane Cardoso que, na tentativa de formação da sua 'nação cristã', retirou todos os roteiristas de outras denominações religiosas e segue substituindo outros profissionais da cadeia do audiovisual, com base em parâmetros idênticos. Todos esses funcionários, como noticia a mídia, foram substituídos por membros da Igreja Universal", concluiu a advogada.

Record emitiu nota se defendendo

Na última quarta-feira (31), a emissora emitiu uma nova oficial se pronunciando pela primeira vez sobre as acusações. 

"A Record TV não tem religião. A Record TV vem a público declarar que é contra qualquer tipo de intolerância, inclusive a religiosa. Portanto, o Grupo Record anuncia que tomará todas as providências judiciais necessárias com relação à acusação sofrida hoje".


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