Agência compartilha dados sobre 'fenômenos aéreos não identificados' e aquece debate sobre o assunto.
Por vezes, avistamos algo no céu que não conseguimos identificar. Seria um pássaro? Um avião? Alienígenas? E a dúvida permanece. É o que chamamos de óvnis (Objetos voadores não identificados).
Após décadas de estigmas e teorias em torno destes elementos misteriosos, a Nasa afirmou que está levando o assunto à sério. Uma recente pesquisa da agência revelou 800 relatórios sobre os óvnis e apenas 1 deles se permanece inexplicável.
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O painel, criado no ano passado para explicar "fenômenos anômalos não identificados", teve sua primeira audiência pública na última quarta-feira (31). Segundo os pesquisadores da Nasa, o trabalho completo será publicado ainda em julho deste ano.
É possível explicar os avistamentos de óvnis?
O estudo gera de 50 a 100 relatórios por mês, segundo Sean Kirkpatrick, diretor do Escritório de Resolução de Anomalias (AARO) da Nasa. Porém, apenas entre 2% e 5% são considerados avistamentos não identificados.
Uma das maiores dificuldades apontadas pelos cientistas é a distorção dos dados e a ilusão de ótica. O presidente da equipe de pesquisa, David Spergel, conta que uma vez identificaram uma explosão de ondas de rádio vindo da Austrália.
"Eles tinham uma estrutura muito estranha. As pessoas não conseguiam entender o que estava acontecendo. Então começaram a notar muitos deles amontoados na hora do almoço", disse o cientista.
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Ao final, descobriram que os elementos sensíveis correspondiam aos sinais de um microondas utilizado para esquentar almoços.
Mesmo com a clareza dos objetos, as autoridades ainda não descartaram a possibilidade dos extraterrestres. Em 2021, o Pentágono divulgou que, de 144 relatórios de óvnis nos EUA, um permanecia um mistério.
Empecilhos da pesquisa
Há certos limites para a pesquisa. Em torno de dados sensíveis e pessoais, não se pode trabalhar com os elementos à fundo.
"Podemos apontar o maior aparato de coleta de informações de todo o globo para onde quisermos. Muito do que temos está nos Estados Unidos", acrescentou. "A maioria das pessoas não gosta quando apontamos todo o nosso aparato de coleta para o seu quintal", disse Kirkpatrick.
O estigma em torno dos óvnis é um dos principais fatores que dificultam a pesquisa. Há muitos pilotos e autoridades que não relatam avistamentos pela sensibilidade criada em torno dos "discos voadores". Talvez seja uma herança dos pensamentos futuristas dos anos 80, ou apenas um medo inconsciente da humanidade.
O fato é que, sem os relatos, a pesquisa não se torna completa, visto que cada avistamento é diferente.
Os cientistas da Nasa afirmam também que junto com os estigmas vêm os assédios aos profissionais que se dedicam a estudar o assunto.
"O assédio apenas leva a uma maior estigmatização, dificultando significativamente o processo científico e desencorajando outros a estudar este importante assunto”, disse Nicola Fox, chefe de ciência da Nasa.
Se ainda há dúvidas, confira o vídeo abaixo:
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