Conheça um pouco mais sobre a história de 17 mulheres que marcaram a história do Brasil e o povo brasileiro!
A história do Brasil está repleta de mulheres fortes, corajosas, inteligentes e talentosas que traçaram seu próprio caminho e conseguiram deixar a sua marca.
Em homenagem ao mês da mulher, nós selecionamos algumas dessas mulheres para você conhecer melhor.
17 mulheres que marcaram a história do Brasil
1. Maria Quitéria
Maria Quitéria foi a primeira mulher a entrar para as Forças Armadas e a primeira a defender o brasil em combate. Quando o processo de independência do Brasil começou, todos os homens com idade para lutar foram convocados. O pai de Maria Quitéria, que só tinha filhas, não gostou nem um pouco quando sua filha pediu para se juntar ao regimento do Príncipe-Regente.
Mesmo proibida, Maria foge de casa e vai para a residência de sua meia-irmã que a ajuda a se transformar no soldado Medeiros. Depois disso, ela entrou para o exército e se destacou pelo manejo de armas e se tornou respeitada. Tão respeitada que quando o pai descobriu seu disfarce, o major do Batalhão dos Voluntários do Príncipe interveio e conseguiu a permissão do pai de Maria para que ela continuasse no regimento.
Comparada à Joana D’arc, Maria Quitéria foi uma das heroínas da Guerra da Independência e foi condecorada com a Ordem Imperial do Cruzeiro, pelo Imperador Dom Pedro I. É, nós temos a nossa própria Mulan.
2. Anita Garibaldi
Muito conhecida, Anita foi uma militar que participou de vários conflitos armados ao lado do marido italiano Giuseppe Garibaldi. Lutou ao lado dos rebeldes na Guerra dos Farrapos, enfrentou as tropas do ditador argentino Juan Manuel Rosas no Uruguai e lutou pela unificação italiana, expulsando os austríacos da região da Lombardia. Durante esse último, infelizmente ela adoeceu e faleceu. Devido à participação em diversas guerras em dois continentes, ela ficou conhecida como “Heroína dos dois Mundos”.
3. Maria Tomásia Figueira Lima
Maria Tomásia Figueira Lima fundou, em 1882, a Sociedade Abolicionista das Senhoras Libertadoras – uma seção da já existente Sociedade Libertadora Cearense. A instituição tinha como objetivo, logicamente, abolir a escravidão e conscientizar o maior número de pessoas quanto à essa questão. Dois anos mais tarde, após inúmeros debates, greves e pressão social, a Assembléia Legislativa provincial decretou o fim da escravidão no Ceará, a primeira a fazê-lo no país.
4. Irmã Dulce
Beatificada em 2011, Maria Rita de Sousa Brito Lopes, mais conhecida como Irmã Dulce, dedicou toda a sua vida a ajudar pessoas necessitadas e é um dos símbolo de ativismo humanitário mais importantes do século 20. Desde pequena queria ajudar quem precisava. Aos 13 anos transformou a casa dos pais em um centro de atendimento aos necessitados, pobre e doentes. Ficou conhecida como “o anjo bom da Bahia” e foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz em 1988.
5. Ana Néri
Baiana, Ana Néri casou-se cedo com um militar e ficou viúva aos 29 anos, criando três filhos sozinha. Quando seus filhos, já com idade para lutar, foram convocados para a Guerra do Paraguai, Ana escreveu uma carta ao presidente da província se voluntariando para servir como enfermeira durante o conflito. Aceita, ela se muda para o sul do país, aprende tudo o que era possível sobre enfermagem e, mesmo com poucos recursos e centenas de doentes, ela faz um trabalho exemplar. Ela foi tão importante que foi condecorada e recebeu homenagens do imperador D. Pedro II. O dia de sua morte, 20 de maio, é lembrado e celebrado até hoje como o dia do enfermeiro.
6. Chiquinha Gonzaga
Neta de escravos e forçada pelo pai a casar aos 16 anos, Francisca Edwiges Neves Gonzaga se revolta contra os maus-tratos do marido e o abandona. Em seguida, passa a compor obras no piano que aprendeu a tocar de forma autodidata e começa a chamar a atenção de muitos produtores da época.
Em 1884, estreou a opereta “A Corte na Roça”, sob sus regência, tornando-se a primeira maestrina brasileira. Compôs mais de 2 mil obras, dentre elas “O Corta-Jaca”, “Atraente”, “Lua Branca” e “Ó, Abre-Alas”. O dia do seu nascimento, 17 de outubro, foi declarado Dia Nacional da Música Popular Brasileira em 2012.
7. Bertha Lutz
Em constante contato com ideias feministas durante os seus estudos na Universidade Sorbonne, Bertha Lutz retornou ao Brasil em 1918 e começou a trabalhar como tradutora no Instituto Oswaldo Cruz. Ela foi a segunda mulher a prestar um concurso público e sua inscrição só foi aceita depois de uma batalha judicial. Ela ingressou como secretária do Museu Nacional, do qual se tornou diretora mais tarde.
Bertha fundou a Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher e participou da Associação Brasileira de Educação, que defendia a educação pública, laica e mista, e o ensino secundário para todos. Ao lado de várias outras mulheres, conseguiu que o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, aceitasse o ingresso de meninas.
Em 1928, dá início aos estudos na Faculdade de Direito para entender a posição da mulher na legislação brasileira. Ela votou pelo voto feminino e foi eleita suplente de deputada em 1935.
Em 2001, o Senado Brasileiro institui o Diploma Mulher Cidadã Bertha Lutz, prêmio que tem como objetivo homenagear anualmente 5 mulheres que se destacam na luta pelos direitos femininos no país.
8. Enedina Alves Marques
Eneida foi a primeira mulher negra a se formar em engenharia. Ela era professora de matemática e teve que conciliar o trabalho com seus estudos na Universidade Federal do Paraná.
Depois de formada, trabalhou no Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica do Paraná e, mais tarde, integrou a equipe de engenhenaria que atuou na construção da hidrelétrica Capivari-Cachoeira (PR).
Hoje em dia, o nome de Enedina batiza o Instituto de Mulheres Negras, de Maringá (PR).
9. Zilda Arns
Formada em medicina, Zilda Arns se especializou em pediatria e também era sanitarista. Zilda teve 5 filhos e ficou viúva em 1978, dedicando o resto de sua vida aos necessitados através da fundação da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, ambas ligadas à Igreja Católica.
Hoje, a Pastoral atua em 43 mil municípios do Brasil e calcula-se que mais de dois milhões de crianças tenham sido beneficiadas pela iniciativa.
10. Raimunda Putani Yawnawá
Índia do povo Yawnawá, Raimunda foi educada com sua irmã Kátia na cultura indígena e na dos brancos. As duas foram as primeiras mulheres da sua tribo a se oferecerem para o treinamento para se tornarem pajés. O treinamento consistia em ficar um ano isoladas na mata comendo alimentos crus e sem beber água; ela podiam beber apenas um líquido à base de milho. As duas se tornaram embaixadoras da cultura Yawnawá.
Raimunda Putani recebeu o reconhecimento do Senado Brasileiro ao ser distinguida com o Diploma Mulher Cidadã Bertha Lutz.
11. Daiane dos Santos
Daiane foi a primeira atleta brasileira a conquistar o ouro no Campeonato Mundial de Anaheim (Estados Unidos) em 2003. A atleta levou o Brasil à final por equipes nas Olimpíadas de Pequim em 2008 e também chegou à final no solo individual.
Dois dos movimentos da ginástica são batizados com seu nome e ela abriu caminho para que outros brasileiros sonhassem com a ginástica artística.
12. Elza Soares
Com uma história de vida pesada e pobre, Elza foi forçada a se casar aos 12 anos e foi mãe aos 13 anos. Na mesma época, ela cantou em um programa de calouros e surpreendeu bastante, entretanto ela só conseguiu seguir com sua carreira depois de viúva, aos 21 anos. Mesmo famosa, Elza ainda passou por muitos problemas, julgamentos e sofreu bastante, principalmente quando acusada pelo público de ter acabado com o casamento do jogador Garrincha, chegando até a receber ameaças de morte na época. Elza se mostrou uma mulher extremamente forte e é uma lenda viva da música popular brasileira.
13. Maria da Penha
A mulher que muitos já ouviram o nome, mas nem todos sabem a história por trás. Maria da penha escapou de duas tentativas de assassinato e lutou com unhas e dentes durante terríveis 20 anos para ver seu agressor e o Estado punidos. Graças à sua luta, hoje a Lei Maria da Penha vigora e protege, especialmente, mulheres que sofrerem qualquer tipo de abuso ou de violência, principalmente por parte de seus parceiros. Hoje, Maria coordena uma ONG que auxilia vítimas e trabalha no combate ao problema.
14. Roberta Close
Roberta Close foi a primeira artista transexual do Brasil. Ela passou pela transição na Inglaterra, em 1989, e lutou pelo direito de mudar de nome legalmente. Ela deu visibilidade para a causa trans em uma época em que absolutamente ninguém falava sobre isso no país. Mesmo tendo condições e sendo modelo internacional, ela só conseguiu ser reconhecida como mulher pelo Brasil em 2005.
15. Leila Diniz
Leia Diniz foi inspiração para o amor livre e para a emancipação feminina em plena ditadura militar. Aos 20 e poucos anos, Leila se tornou uma das maiores musas da televisão brasileira e costumava falar de sexo abertamente, um tabu muito grande para mulheres da época.
16. Marta Vieira da Silva
Nosso Brasil não tem só os melhores jogadores de futebol, mas as melhores jogadoras também. Eleita a melhor jogadora do mundo por 5 anos consecutivos (2006 a 2010), Marta foi pioneira em conquistar esse título. Nem mesmo Pelé ou Ronaldo alcançaram essa marca. Marta também é a maior artilheira da Seleção Brasileira (masculina e feminina) e a maior artilheira da Copa do Mundo de Futebol Feminino.
17. Fernanda Montenegro
Fernanda Montenegro é uma atriz extremamente conhecida e respeitada, não só no país mas internacionalmente também. Ela foi a única mulher brasileira a receber uma indicação ao Oscar e a única artista (dentre homens e mulheres) a ser nomeada em uma categoria de atuação pelo longa “Central Brasil”, em 1999. Fernanda também ganhou o Emmy Internacional como melhor atriz estrangeira por seu papel em “Doce de Mãe”.