Conheça mais sobre a história da MPB e os movimentos musicais que pavimentaram a cultura do Brasil.
O Brasil é um grande produtor de música e a Música Popular Brasileira, também conhecida como MPB, é diversa e feita de contrastes, ritmos regionais, influências e vozes que, por muitas vezes, cantavam sobre celebração e até mesmo política. Neste dia 17 de outubro, considerado o Dia da Música Popular Brasileira, vamos relembrar com você alguns dos movimentos que mais marcaram a MPB e se tornaram emblemáticos.
Principais movimentos da MPB que deixaram sua marca
1. Bossa Nova
A Bossa Nova surgiu no Rio de Janeiro no final dos anos 50 como uma releitura do samba, influenciada pelo jazz e por um jeito novo de cantar e tocar, usando voz suave, violão dedilhado, temas urbanos, cotidianos, natureza e paz. Nomes como Tom Jobim, João Gilberto, Vinicius de Moraes, Nara Leão são alguns dos artistas que ajudaram a consolidar esse som, que sintetizou a modernização do Brasil e acabou se tornando uma das marcas da nossa cultura internacionalmente.
2. Jovem Guarda
Enquanto a Bossa Nova trazia leveza e refinamento, a Jovem Guarda foi o som da juventude urbana que queria festejar, dançar, usar roupas modernas, ouvir guitarras, espelhar o que vinha do rock internacional. Artistas como Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa e outros incorporaram esse espírito, músicas com refrões fáceis, temas de amor, de paquera, uma estética de festa. Foi também uma forma de ‘abrir espaço’ para a música jovem no Brasil, dialogando com rádio, televisão e cultura pop global.
3. Clube da Esquina
Esse movimento, nascido em Minas Gerais, entre as décadas de 60 e 70, introduziu uma fusão singular de influências de samba, música regional, jazz, rock, melodias complexas, letras poéticas e existenciais. Pessoas como Milton Nascimento, Lô Borges, Wagner Tiso contribuíram para criar sonoridades que soam tão brasileiras quanto universais, uma vez que no Clube da Esquina, a brasilidade aparece em múltiplas camadas.
4. Tropicália
O Tropicalismo, ou Tropicália, abalou estruturas do final dos anos 60 ao misturar rock, psicodelia, instrumentos elétricos, ideias políticas, crítica social e estética visual. Artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes, Gal Costa, Maria Bethânia foram vozes centrais desse movimento. A proposta não era só cantar, mas provocar e questionar, por isso, a Tropicália desafiou o conservadorismo, as repressões da ditadura militar e falou de identidade, perguntando o que era ser brasileiro em termos estéticos, sociais, políticos.
5. Rock Brasileiro (anos 1980)
Já nos anos 80, o rock nacional tomou fôlego e bandas como Titãs, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana e Barão Vermelho trouxeram letras de questionamento, de juventude, resistência, mas em arranjos que dialogavam com o rock internacional, com produção moderna e com uma audiência que queria ouvir falar de crise, de política, de distanciamento entre o que se prometia e o que se vivia.
6. Manguebeat (anos 1990)
Do Recife, o Manguebeat foi um movimento nascido nos anos 90 que fez da fusão de ritmos nordestinos como maracatu e ciranda, com rock, hip-hop, música eletrônica e crítica social. Liderado por Chico Science & Nação Zumbi, foi voz das periferias, dos mangues, das desigualdades regionais, propondo uma estética forte e simbólica.
Cada um desses movimentos representa mais do que uma sonoridade e são verdadeiros momentos de transformação cultural, ajudando a definir a cultura brasileira e como o Brasil é visto tanto por nós, quanto por estrangeiros.