Medo de avião Tenho pavor de voar. Deixem-me corrigir: não me incomodo de voar, mas não aguento ficar fechado no avião. Se as portas não se abrem assim
Redação | 1 de Junho de 2019 às 17:00
Tenho pavor de voar. Deixem-me corrigir: não me incomodo de voar, mas não aguento ficar fechado no avião. Se as portas não se abrem assim que pousamos, desando a suar, meu coração dispara e sinto que vou começar a gritar. Para mim, a angústia de viajar simplesmente não vale a pena, mas a minha mulher está enlouquecendo com isso. Será que é possível me ajudar?
Sim, e não é por meio de multas elevadas para as empresas aéreas que mantêm os aviões parados horas na pista. A origem do seu medo é que você não está na cadeira do piloto, explica Tom Bunn, terapeuta e fundador do Soar, programa para tratar quem tem medo de viagens aéreas.
“Os sistemas de reserva do avião fazem com que voar seja mais seguro do que dirigir”, diz ele. “Mas esses sistemas estão na cabine, e por isso parecem teóricos. Para o passageiro, não são tão reais quanto um volante.”
O pânico com a falta de controle é seguido pela ânsia de fugir e sair porta afora correndo e gritando. Essa opção também é impedida, “e isso causa a sensação de claustrofobia”, diz Bunn. O que funciona melhor do que remédios são os métodos cognitivo-comportamentais, como aumentar a tolerância à ansiedade num simulador de voo (que imita a experiência do passageiro) e a prática de ficar sentado em espaços exíguos, ambos realizados, de preferência, com a ajuda de um terapeuta.
Detesto que os meus pés toquem o chão. Tudo bem quando estou andando, mas, se preciso ficar em pé parado, tenho uma sensação tensa e estranha no estômago. É pior quando estou em pé perto de uma cadeira; só consigo pensar na ânsia de tirar os pés do chão.
Se só se sente calmo quando anda, então você passa a maior parte do dia ansioso, mesmo que seja carteiro ou garçom. “A sua descrição sugere que seja uma obsessão”, diz o Dr. Michael J. Peterson, psiquiatra da Universidade de Wisconsin. Ele explica que, em geral, todos conseguem descrever as obsessões como irracionais ou excessivas (“Não faz sentido, mas…”), porém são incapazes de tirá-las da mente ou de se convencer a não agir daquele modo. Isso lhe soa familiar?
Por outro lado, tirar os pés do chão parece compulsão, uma ação feita para controlar os pensamentos obsessivos. Em geral, as compulsões se concentram em preocupações de segurança; o medo da contaminação por germes é um motivador comum, diz Nando Pelusi, psicólogo de Nova York. Para você, andar é uma forma calmante de autoestímulo e um modo de concentrar a sua angústia: “Fazer algo que causa mais estímulos no cérebro provoca menos ansiedade do que não fazer nada.”
Se Pelusi fosse tratá-lo (e o tratamento não é má ideia), eis o que ele diz: “Uma tarefa que eu lhe daria seria treinar para manter os pés no chão até que o nervosismo se dissipe.” Enfrentar a ansiedade vai acabar ajudando a reverter a reação que se tornou habitual.
Pode parecer idiota, mas eu morro de medo de ir ao dentista! Acho aquelas máquinas de limpar os dentes uma coisa bizarra e me gelo todo quando ouço o seu barulho!!!
A odontofobia é mais comum do que nós podemos imaginar. Estudos indicam que 15% a 20% dos pacientes têm medo de ir ao dentista no Brasil. Uma das possíveis explicações é que antigamente os métodos eram mais agressivos… Ou, ainda, algum trauma que o paciente teve na infância.
Porém, para cuidar dos dentes não há outra solução. Infelizmente a ida ao dentista vai ser necessária uma hora ou outra. Procure conversar com seu dentista sobre seu medo, conhecê-lo pode ajudar que você diminua o medo.
Trabalho com vendas e, recentemente, tive de fazer uma palestra diante de umas cem pessoas. Durante semanas, morri de medo. Na hora em que tive de falar, senti náuseas e quase desmaiei de pavor. Houve momentos em que achei que ia cair lá de cima do palco. O que há de errado comigo?
Nancy Cetlin, doutora em Educação e psicóloga de Boston, diz que o medo de falar em público é uma fobia social comum. “E a maioria dos que sofrem disso tem mais medo de falar do que de morrer!” Eis alguns detalhes para lembrar quando estiver apavorado ali diante do público. Embora imagine que todos sabem que você está ansioso, na maioria das vezes ninguém percebe. Sally Theran diz que um bom truque é se concentrar em um ou dois rostos amigos na multidão.
As técnicas de respiração profunda também podem ajudar, assim como assistir a um vídeo de si mesmo (para ver com os próprios olhos que você não estragou tudo). Nancy Cetlin tem um arsenal de tratamentos adicionais, do neurofeedback ao treinamento ao vivo. E sempre se pode dar a ideia de fazer uma videoconferência – para reduzir custos, sabe?