Confira aqui cinco histórias positivas que vão restaurar suas esperanças na humanidade e em um mundo melhor para o nosso planeta.
Rebecca Henze | 24 de Agosto de 2021 às 16:14
Nos dias atuais, acreditar nos famosos finais felizes está cada vez mais difícil. Com a vida selvagem, natural e animal mais e mais sendo posta em risco, qualquer notícia boa é uma esperança de que tempos melhores estão por vir. Ano após ano, deparamo-nos com o Dia de sobrecarga da Terra progressivamente mais cedo – em 2021 foi em 29 de julho – preocupando especialistas.
Além dos maus pressentimentos ambientais, a vida em sociedade se mostra mais complexa todos os dias. A diversidade entre nós torna algumas intolerâncias frequentes e difíceis de lidar. Apesar dessa situação, ainda há um número considerável de notícias boas, que acontecem e mantêm a esperança no futuro do nosso planeta e da sociedade. Confira, aqui, cinco histórias positivas de várias situações diferentes que te provam que ainda há motivos para acreditar em um futuro melhor para o planeta e as pessoas.
Em 2016, o ciclone Winston, o mais forte já registrado no hemisfério sul, devastou Fiji, matando 44 pessoas e danificando ou destruindo mais de 40 mil lares. A tempestade também dizimou os vibrantes recifes de corais da Reserva Marítima Namena e o Parque de Conservação Vatu-i-Ra, espinha dorsal dos setores de turismo e pesca do país.
Cinco anos depois, os recifes estão ressuscitando. Em dezembro de 2020, mergulhadores descobriram que as duas áreas, antes cemitérios de escombros submarinos, estavam novamente cheias de peixes coloridos e colônias de corais. O renascimento – decorrente em parte da proteção ambiental, como a limitação da pesca –, além de trazer alívio ao povo de Fiji, também é um sinal positivo para outras regiões com recifes ameaçados pela mudança climática.
Até recentemente, os gays angolanos tinham dificuldade de acesso a assistência médica, educação e empregos. Isso mudou em fevereiro de 2021, quando o país removeu do código penal uma cláusula que tornava ilegais os chamados “vícios contra a natureza”.
A mudança, além de descriminalizar a homossexualidade, também pune a homofobia. Agora, os empregadores angolanos que discriminarem com base na orientação sexual podem passar até dois anos na cadeia. Com a homossexualidade descriminalizada também em Botsuana e no Gabão, há esperança de que os mais de 30 países africanos que ainda mantêm leis anti-LGBT sigam o exemplo.
Em hospitais do mundo todo, cães terapeutas são usados para reconfortar os doentes. O Hospital de Calais, no Norte da França, tem um auxiliar mais incomum. Peyo, um garanhão castanho de 15 anos que foi atleta profissional de adestramento.
O treinador Hassen Bouchakour diz que Peyo sempre se aproximou das pessoas com doenças físicas ou mentais. “É visceral”, conta ele. “Peyo precisa se aproximar e ficar junto da pessoa que escolheu”.
Em 2016, depois que o cavalo se aposentou do esporte, Bouchakour começou a levá-lo ao hospital e agora os dois fazem duas visitas por mês. Peyo vai de quarto em quarto visitando os pacientes, e muitos acham confortador acariciá-lo e serem observados por ele.
As crianças passeiam pelos corredores montadas nele, e Peyo fica até o fim com os pacientes da ala de cuidados paliativos; um homem chegou a pedir que ele fosse a seu funeral. O efeito terapêutico é real: os médicos relatam que, na companhia de Peyo, os pacientes geralmente precisam de menos analgésicos e seu estresse diminui.
Com o Organ Care System (Sistema de Cuidado de Órgãos, OCS), os cirurgiões do Real Hospital Papworth, em Cambridge, na Inglaterra, dobraram o número de transplantes de coração realizados por ano desde 2015. No ano passado, a equipe fez história: em parceria com o Great Ormond Street Hospital de Londres. Usou o aparelho para salvar a vida de uma criança – a primeira vez que uma pessoa de pouca idade recebeu um coração “morto”.
O OCS, equipamento que parece uma caixa, foi desenvolvido pela empresa americana TransMedics e pode reanimar o coração aquecendo-o e bombeando sangue por ele enquanto é transportado até quem vai recebê-lo. Antes da invenção, os corações doados vinham de pessoas com morte cerebral, cujo coração ainda batia.
Agora a primeira criança foi beneficiada. Em 2018, Anna Hadley, do Reino Unido, foi diagnosticada com cardiomiopatia restritiva – seu coração não relaxava direito entre os batimentos. Sem um coração novo, não se sabia quanto tempo ela viveria. Anna ficou quase dois anos na lista de espera pelo coração certo. Ele teria de vir de um doador próximo e com o mesmo tipo sanguíneo, e ela poderia receber o coração de um adulto.
Num dia de fevereiro de 2020, os Hadleys souberam que havia um coração compatível. Fora obtido pela equipe do Royal Papworth, trazido de volta à vida no OCS e levado ao Great Ormond. E assim, algumas horas depois, os cirurgiões o implantaram no peito de Anna, ao longo de duas horas de cirurgia bem-sucedida. Desde então, outras cinco crianças do Reino Unido receberam transplantes de coração no Great Ormond graças ao OCS.
Antes da pandemia, Sharona Shnayder e Wanda McNealy, recém-formadas na Universidade Estadual de Portland, no estado americano do Oregon, passavam o tempo livre como voluntárias de grupos ambientais, pressionando o governo a favor de uma legislação verde.
Quando a Covid-19 chegou, as duas ativistas decidiram transformar sua única atividade permitida – a caminhada – numa força de mudança, catando o lixo dos espaços verdes do centro de Portland. “Era muito gostoso”, diz Sharona, de 21 anos, cujo ativismo se inspirou no inflamado discurso de Greta Thunberg em 2018 sobre a crise climática, nas Nações Unidas.
“Além de as pessoas próximas nos agradecerem, pudemos ver o impacto imediato; tirávamos sacos de lixo e sabíamos que aquilo faria diferença.” As ativistas chamaram suas faxinas semanais de “Tuesdays for trash” (Terças para o lixo). E convidaram os amigos a ajudar, compartilhando nas mídias sociais vídeos seus catando lixo. Por fim, o movimento viralizou e inspirou coletas de lixo semelhantes em 21 países dos seis continentes, entre eles França, Índia e Gana.