Com peso estimado em mais de 150kg, a espécie alcançaria a altura de um humano.
Carol Ávila | 14 de Fevereiro de 2023 às 12:00
Uma pesquisa recente foram encontrados, em uma praia em North Otago, na Ilha Sul da Nova Zelândia, fósseis do suposto maior pinguim que já habitou a Terra. O Kumimanu fordicei foi analisado no estudo conduzido por um grupo internacional de cientistas, incluindo pesquisadores da Universidade de Cambridge (Reino Unido), e publicado no início desse ano no The Journal of Paleontology.
Estima-se que os fósseis encontrados tem entre 55.5 e 59.5 milhões de anos. Isso significa que viveram ao final da era do Paleoceno e, mais especificamente, quase 10 milhões de anos depois da extinção dos dinossauros, no fim do período Cretáceo.
Leia também: Empresa quer "ressucitar" pássaro dodô, extinto no século 17
O estudo utilizou de lasers para digitalizar a imagem dos fósseis e compará-las a estruturas ósseas de outras aves, como a do pinguim-imperador. Para estimar o tamanho da nova espécie, a equipe mediu diversos ossos de pinguins modernos e calculou uma regressão usando as dimensões dos ossos das nadadeiras para prever o peso.
A conclusão foi de que a espécie recém descoberta pesaria cerca de 154 quilos. Para se ter uma ideia, das espécies atualmente vivas de pinguins, o pinguim-imperador é a maior delas, pesando entre 22 e 45 quilos. Pois é, as análises apontam que o Kumimanu fordicei seria muito maior do que um pinguim-imperador, alcançando o tamanho de uma pessoa humana. No entanto, pela ausência de fósseis dos membros inferiores, as medidas para a altura da espécie extinta ainda não são precisas.
De acordo com Daniel Ksepka, pesquisador e membro do Bruce Museum, nos EUA, o grande tamanho dos pinguins nas fases iniciais de sua evolução era algo vantajoso para a espécie quando estava viva. "Um pinguim maior poderia capturar presas maiores e, mais importante, teria sido melhor em conservar a temperatura corporal em águas frias", disse.
Além disso, Ksepka afirma que, provavelmente, as enormes proporções dos Kumimanu fordicei teria permitido que os primeiros pinguins se espalhassem da Nova Zelândia para o mundo.
Daniel Ksepka também explica que a escolha do nome da espécie é uma homenagem ao Dr. R. Ewan Fordyce, professor emérito na Universidade de Otago.
"Sem o trabalho de campo de Ewan, nem saberíamos que existem muitas espécies de fósseis icônicas, então é justo que ele tenha seu próprio homônimo de pinguim", disse Ksepka.
Além dos ossos de Kumimanu fordicei, foram encontrados fósseis de uma outra espécie, a Petradypes stonehousei. Estima-se que esses pinguins pesavam até 50 quilos, menores que um Kumimanu fordicei, mas ainda maiores do que um pinguim-imperador, por exemplo.
Os pesquisadores observaram que as duas espécies tinham características primitivas, como ossos das nadadeiras mais finos e pontos de inserção muscular que se assemelham aos dos pássaros voadores.
Empresa quer "ressuscitar" dodô, pássaro extinto no século 17
283 fósseis de dinossauros são encontrados em construção residencial em Uberaba
Desastre natural levou humanidade à beira da extinção
Não foi um asteroide? Há uma nova teoria para o fim dos dinossauros
Veterinários trabalham para evitar extinção de gorilas-das-montanhas
Selfies com lontras: tendência nas redes sociais eleva risco de extinção