Desde que o Expresso do Oriente partiu pela primeira vez de Paris, em 1883. Sua opulência o transformou numa lenda que inspirou vários livros, como O trem
Desde que o Expresso do Oriente partiu pela primeira vez de Paris, em 1883. Sua opulência o transformou numa lenda que inspirou vários livros, como O trem de Istambul (1932), de Graham Greene, e O assassinato no Expresso do Oriente (1934), de Agatha Christie.
A era de ouro do Expresso do Oriente
Mas dificilmente a ficção poderá igualar a história dessa linha férrea. Por ela, por exemplo, a sedutora bailarina Mata Hari viajou em missão de espionagem a serviço da Alemanha, durante a Primeira Guerra Mundial. Carol e Maria, reis depostos da Romênia, fugiram com dois vagões atulhados de objetos de valor, na Segunda Guerra Mundial.
A excelência das acomodações, dos seus esplêndidos interiores e do luxuoso vagão-restaurante e o seu serviço perfeito ajudaram a firmar a reputação do Expresso do Oriente. A princípio, os passageiros tinham de descer em Giurgiu, na Romênia, onde cruzavam o Danúbio de barco e tomavam outro trem para Varna, por búlgaro do Mar Negro; por fim, uma curta viagem de vapor a Istambul encerrava a aventura.
Em 1921, com o fim das obras de alargamento do túnel Simplon, entre a Itália e a Suíça, a viagem passou a ser feita inteiramente por terra; seguindo um trajeto mais ao sul, por Veneza, Trieste, Zagreb, Belgrado e finalmente Istambul. Iniciava-se a era do Expresso Simplon-Oriente, que durou quase 20 anos. Com a Segunda Guerra Mundial, a linha perdeu boa parte de seu glamour, porque os luxuosos vagões foram substituídos por outros mais simples. Em 1970, o Expresso do Oriente já não existia, e o trajeto passou a ser coberto na sua maior parte por uma rede de expressos locais.
O ressurgimento de um passado glorioso
Mas em 1982 a lenda renasceu com o Expresso Veneza-Simplon-Oriente. Durante cinco anos, o milionário James Sherwood adquiriu mais de 30 dos vagões originais, muitos deles construídos nos anos 20, e restaurou-os em todos os pormenores.
Em 2003, a empresa Wagons-Lits restaurou sete carros de seu patrimônio histórico e colocou-os em serviço; chamando-os Expresso do Oriente Pullmann. Hoje, o nome Expresso do Oriente e estes vagões pertencem a estatal de trens francesa SNCF.
Atualmente, as viagens mais longas do Expresso do Oriente são entre Paris e Istambul com seis dias de duração e a viagem de sete dias pelo Sudeste Asiático.