Você sabe o que é Capacitismo? Esse é o termo que define o preconceito contra pessoas com deficiência (PCD) e neurodivergentes (ND).
Thaynara Firmiano | 22 de Abril de 2021 às 16:00
Capacitismo é o termo usado para definir o preconceito contra pessoas com deficiência (PCD) e neurodivergentes (ND). Ele pode se manifestar em forma de isolamento, ofensas, ou disfarçados de “elogios”. Este preconceito vem da ideia de que essas pessoas não se encaixam no padrão considerado “normal” da sociedade.
Ter uma deficiência não pode ser motivo para que pessoas sejam tratadas de forma diferente em nossa sociedade. No entanto, muitas vezes, o preconceito se disfarça de brincadeira ou “elogio”, corroborando com a discriminação.
Sim! O capacitismo é crime, sob pena de reclusão de até 5 anos e multa, com base no art 88º da lei de nº 13.146/2015, Lei Brasileira de Inclusão. Que define como crime “praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência”.
A Lei Brasileira de Inclusão tem como objetivo “assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania”. Sendo assim, trata não apenas da discriminação, mas de outros pontos como: direito à vida, saúde, atendimento prioritário, acessibilidade, direito à educação, direito ao trabalho, direito à moradia, dentre outras coisas.
Reações exageradas no trato com PCD são comuns. Além de considerá-los incapazes, também tendem a supervalorização de atos considerados simples e/ ou infantilização dessas pessoas. Além disso, outro ato bastante comum é PCDs serem rotulados como heróis, heroínas ou vitimistas a depender da forma como lidam com a deficiência que possuem
Confira abaixo algumas atitudes consideradas capacitistas!
Tratar pessoas com deficiências como se fossem crianças é uma atitude capacitista. Há muitos relatos de adultos que são tratados como crianças apenas por possuírem alguma deficiência.
Se surpreender por uma pessoa com deficiência ou neurodivergente conseguir realizar alguma atividade comum como estudar, trabalhar e até mesmo fazer sexo é considerada uma atitude capacitista.
Neste vídeo, a YouTuber Mariana Torquato fala um pouco sobre deficiência e sexualidade.
Quando você parabeniza um PCD por saber fazer algo, ou cuidar dos filhos sozinhos, sair na rua, ir ao mercado, farmácia e afins sem um acompanhante você, na verdade, não está elogiando e sim sugerindo que pessoas com deficiência não são capazes de realizar essas tarefas.
“Que atitude linda a sua de levar sua amiga cadeirante a este show”, disse o capacitista. Não devemos elogiar as pessoas pelo simples fato de elas estarem com PCDs ou ND. Pessoas com deficiência e neurodivergentes são pessoas e o fato de possuírem uma deficiência não deveria ser motivo para isolamento. Então, não parabenize quem é amigo, namorado(a) ou marido/esposa de uma pessoa com deficiência pelo simples fato de estar com a pessoa.
No atendimento médico ou durante um atendimento de algum serviço é comum situações onde o neurodivergente ou a pessoa com deficiência é ignorada. Essa é uma atitude capacitaste pois a pessoa que está atendendo presume que o indivíduo é incapaz de responder por si.
No vídeo abaixo, Regina Casé conta um pouco sobre situações que sua filha, Benedita, que é surda, vive.
Alegar que o PCD não será capaz de exercer a função por conta de sua deficiente é uma ação discriminatória, além de criminosa. Sendo assim, a deficiência não pode ser motivo para não contratação de um novo funcionário.
Além das atitudes supracitadas, existem expressões e termos que são consideradas capacitistas e o uso delas faz com que o capacitismo esteja ainda mais presente em nossa sociedade. Alguns dos termos a se evitar são: louco, maluco, retardado, mongol, estúpido, imbecil, surdo-mudo, bipolar, deformado, sequelado, entre outras.