No dia 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Você sabe a importância dessa data e tudo que ela representa?
Raquel Zampil | 8 de Março de 2022 às 14:40
Em 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Embora muitas de nós recebamos flores, cartões (virtuais ou impressos) com mensagens bonitas, bombons dos namorados/maridos, beijos dos filhos e muitas outras homenagens neste dia importante, ainda ouvimos muito por aí o velho comentário: “Mas que besteira! O dia da mulher é todo dia.”
É claro que essa afirmação tem um pouco de verdade. Afinal todo dia é dia de celebrar a vida. Mas a simbologia do Dia Internacional da Mulher é muito forte para ser deixada de lado.
A data 8 de março ganhou da ONU o status de comemoração internacional somente em 1977. Uma das explicações para essa celebração relembra as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial. Estes movimentos tiveram tamanha força naquele país que vieram a se tornar elemento de propaganda partidária no período soviético. Ou seja, a data está carregada de um forte senso de engajamento em causas político-sociais que durante muito tempo foram negadas às mulheres.
Uma outra referência é ainda anterior: um incêndio em uma fábrica de roupas em Nova York, no qual mais de uma centena de mulheres morreram queimadas.
Então, se hoje podemos comemorar todos os dias as conquistas que obtivemos nos mais variados setores da vida – no trabalho, nas relações conjugais, nos direitos e deveres da maternidade, na preservação de nossa integridade física e mental –, nem sempre foi assim. Houve um tempo em que as mulheres não podiam votar, pedir o divórcio, trabalhar fora, expressar seus desejos e opções sexuais. E isso para citar apenas alguns exemplos.
Cada uma das atitudes corriqueiras que tomamos nestes tempos modernos – usar calça comprida, escolher o tamanho da roupa que usaremos na praia, escolher o momento e a pessoa com quem desejamos nos relacionar, optar por casar ou não casar (e ainda por casar novamente depois de um término) – é fruto da luta de muitas mulheres do passado, mulheres como Rose Marie Muraro, Leila Diniz, Gertrude Stein, Simone de Beauvoir e Margaret Sanger.
O feminismo, no entanto, está cercado de mitos e verdades pouco conhecidas. Dentre as questões mais obscuras, apenas para reflexão, destacam-se:
Com tudo que já conquistamos é muito comum achar que o movimento feminista arrefeceu, que as mulheres finalmente estão muito próximas de atingir um patamar de igualdade social aos homens. A própria ONU, no entanto, frisa:
Ou seja, ainda há muito a ser feito. Como, por exemplo, eliminar o pensamento de que as mulheres que usam roupa curta dão margem para a violência (sim, parece absurdo, mas a questão tem se tornado cada vez mais recorrente nas conversas informais que ouvimos por aí); entender melhor a questão da “mulher sendo vista como objeto”; erradicar a violência doméstica e conscientizar a população sobre este tipo de crime; e por aí vai.
Fica a dica: pense mais, pesquise e se informe mais, compartilhe mais o conhecimento com suas amigas, irmãs, filhas e mães e, muito importante, também com os homens do seu convívio. A luta por direitos iguais para as mulheres é uma luta humanitária, não sexista.
Um feliz dia para todas as mulheres. Força e muitas alegrias hoje e sempre!