Desde 2008, Ipuaçu se destaca por seus agroglifos, fenômeno que intriga moradores e visitantes todos os anos.
Douglas Neves | 6 de Novembro de 2025 às 18:54
Na manhã de segunda-feira (3), moradores de Ipuaçu, no Oeste de Santa Catarina, acordaram com uma surpresa: uma figura geométrica gigante havia aparecido sobre uma plantação de trigo.
A cena, que logo ganhou as redes sociais e chamou atenção da imprensa, foi confirmada pela prefeitura da cidade conhecida como a “Capital dos Agroglifos”. Segundo comunicado da prefeitura, o fenômeno voltou a atrair turistas, curiosos e pesquisadores de todo o país, movimentando a economia local e reacendendo um mistério que intriga os moradores há mais de 15 anos.
Com pouco mais de 4 mil habitantes, Ipuaçu começou a ganhar fama em 2008, quando o primeiro registro de desenhos misteriosos surgiu em uma lavoura da comunidade de Toldo Velho: 19 círculos com 19 metros de diâmetro, dispostos lado a lado às margens de uma estrada.
Desde então, os agroglifos, como são chamados essas figuras, passaram a aparecer quase todos os anos, sempre no mesmo período, entre o fim de outubro e o início de novembro, quando o trigo está mais fácil de dobrar.
Depois de alguns anos sem registros, os desenhos voltaram em 2022, 2023, 2024 e agora em 2025, sempre gerando debates que vão do campo científico às teorias extraterrestres.
Embora muitas pessoas associem o fenômeno à presença de objetos voadores não identificados (OVNIs), a ciência tem explicações mais simples.
Pesquisadores que já estudaram agroglifos destacam que os desenhos podem ser facilmente produzidos com estacas e cordas. Segundo eles, usando objetos simples qualquer pessoa é capaz de criar formas perfeitamente simétricas sem a necessidade de tecnologia avançada.
O professor de Física e astrônomo Diego Debastiani, em entrevista ao G1, também apontou que provavelmente se trata de um trabalho humano. Segundo ele, as marcas "seguem padrões de diferentes desenhos que não têm sentido nenhum, é geometria plana, básica, uma circunferência, por exemplo”.
Ele também destacou que os agroglifos surgem no final de outubro e início de novembro, quando o trigo está mais fácil de dobrar, e fez uma provocação a quem acredita que as marcas foram criadas por atividade alienígena.
“Seria um desperdício nós termos uma civilização que viajasse por muitos milhões ou bilhões de quilômetros para chegar até a Terra e deixar somente uma marcação... não faz nenhum sentido eles estarem entre nós e não mostrar quem são, ou viajar até aqui e deixar marcação”, defende o professor.
Contudo, nem todos concordam com a explicação racional dos especialistas. O ufólogo Luiz Prestes, que acompanha os registros em Santa Catarina há anos, afirmou que a nova figura tem cerca de 100 metros de diâmetro e que a equipe fez uma análise detalhada para entender como o desenho foi feito. Segundo ele, “não havia marcas de pegadas, marcas de rodas ou equipamentos que indicassem trabalho humano”.
Prestes acredita que há algo além do que os olhos podem ver: “A origem ou como é criado o agroglifo ainda é um mistério, mas relacionamos com alguma tecnologia extraterrestre devido o avistamento de ovnis e luzes estranhas antes do surgimento do desenho”, disse.
Alguns acreditam que os agroglifos sejam mensagens vindas de outros planetas. Outros, que são apenas expressões criativas humanas, elaboradas para provocar curiosidade e encantamento. Independentemente da origem, o fato é que, todos os anos, Ipuaçu volta a ser palco de um fenômeno que une ciência, mistério e imaginação. Mas e você, o que acha dessa história? Você acredita que as marcas foram feitas por extraterrestres?