Saiba o que uma cidade precisa ter para ser uma cidade-sede dos Jogos Olímpicos. Além disso, conheça os principais critérios do COI.
Na última sexta-feira (23 de julho), tiveram início, oficialmente, os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Em meio a controvérsias entre os cidadãos japoneses, o evento acontece em plena pandemia, após 1 ano de adiamento. Mas você sabe como são escolhidas as cidades-sede dos Jogos Olímpicos?
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Se antes as candidatas a sede dos Jogos Olímpicos precisavam se dedicar a campanhas de alto custo, agora elas precisam apenas mostrar que estão alinhadas com os novos propósitos do COI. Desde 2014, o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu mudar as regras de seleção e criou a Agenda Olímpica 2020.
Novas questões são levadas em consideração nessa mudança, como a sustentabilidade e a importância dos Jogos para a cidade. Em um trabalho conjunto, comissão e cidades caminham juntas para alcançar o mesmo objetivo, encontrar uma nova sede para mais uma edição do maior evento esportivo do mundo.
Principais critérios para a escolha
Anteriormente, as cidades candidatas a sediar os Jogos Olímpicos precisavam apresentar grandes campanhas, muitas vezes bastante custosas. Durante essas campanhas, cada cidade passava por 3 etapas de treinamento, com palestras e conferências, nas quais apresentavam suas ideias. Em seguida, eram desenvolvidos relatórios sobre cada etapa.
O primeiro relatório apresentava as estratégias da cidade e o segundo, aspectos políticos, jurídicos e parcerias públicas e privadas. Já o terceiro trazia um plano de legado sustentável. Porém, cada relatório poderia resultar em eliminação. Após aprovação nesse processo, restava a votação final entre os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Mas, após escândalos de compra de votos, o COI resolveu mudar sua metodologia. Agora, a escolha é feita por meio de um longo processo de diálogo entre o COI e as cidades candidatas. Para isso, foram criadas duas comissões, que têm como função monitorar e trabalhar em conjunto com as futuras cidades-sede. Essas comissões são formadas por atletas, comitês nacionais, comitês paralímpicos e federações internacionais.
Os aspectos trabalhados entre as comissões e as cidades candidatas tratam sobre o legado que os Jogos podem deixar para a região, a sustentabilidade da realização da competição, questões sobre transporte, segurança e garantia dos direitos humanos. Além disso, é levada em consideração a qualidade da experiência da comunidade, dos atletas e dos espectadores com o evento.
No modelo antigo, as candidaturas eram realizadas visando a uma edição específica dos Jogos Olímpicos. Atualmente, as cidades se candidatam independentemente da edição. Dessa forma, ainda que a cidade não seja a escolhida no processo, continua em diálogo com as comissões para se adequarem e talvez se tornarem sede em uma edição futura.
Segunda etapa da seleção
Após detectar o local com mais potencial, inicia-se uma nova etapa, chamada de “diálogo focado”. Nessa etapa, em no máximo 1 ano, o COI oferece uma série de workshops para melhor preparar a cidade escolhida. Os assuntos variam entre legado, sustentabilidade, finanças, marketing, aspectos legais, entre outros.
Para escolher a cidade mais apta a sediar os próximos Jogos Olímpicos, o Comitê se baseia na Agenda Olímpica 2020. Essa nova agenda muda a forma de olhar para o potencial da Olimpíada para uma cidade. Dessa forma, os organizadores pretendem fazer dos Jogos Olímpicos um agente de transformação positiva para o mundo.
Em vez de pedir que as cidades apresentem projetos que se adaptem aos Jogos Olímpicos, a Agenda incentiva projetos que se adequem melhor à cidade candidata. O foco estaria no legado, com desenvolvimentos na área social, de esportes, economia e meio ambiente.
Onde serão os próximos Jogos Olímpicos?
Foi após uma longa análise de planos que a cidade de Brisbane, na Austrália, foi escolhida como sede da Olimpíada de 2032. Além de ter certa preferência, pois já possuía uma estrutura pronta para receber os Jogos, ela se adequava à Agenda Olímpica 2020. Aliás, foi a primeira cidade selecionada com base nas novas diretrizes.
Pelo fato de a região ter realizado, em 2018, os Jogos da Commonwealth – uma espécie de Olimpíada para países da comunidade britânica -, cerca de 90% da estrutura necessária para realizar os Jogos Olímpicos já está pronta. Portanto, o custo do projeto não seria tão alto. Além disso, a candidatura teve apoio do governo federal, do governo regional e de empresas da iniciativa privada.
A maior parte das disputas será realizada em 21 instalações, na cidade de Brisbane, e em outras 10 instalações; metade em Gold Coast e a outra metade em Sunshine Coast. Mas, antes da cidade australiana, outras duas cidades receberão os Jogos Olímpicos: Paris (2024) e Los Angeles (2028).