No Brasil, os ataques em escolas já passaram de 15 desde o ano de 2000.
Carol Ávila | 27 de Março de 2023 às 13:02
Desde 2003, o Brasil registrou 11 episódios de ataques com armas de fogo em escolas, segundo levantamento do Instituto Sou da Paz. Os dados apontam que em todos os casos os assassinos eram alunos ou ex-alunos das instituições invadidas. O caso mais recente de ataque aconteceu nesta segunda-feira (27), em São Paulo, na Escola Estadual Thomázia Montoro. O ato deixou 4 pessoas feridas, levando a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, à morte.
De acordo com relatório do GT (Grupo de Trabalho) de Educação na transição para o governo Lula-Alckmin, desde o ano 2000, o país presenciou um total de 16 ataques em escolas, sendo 11 com uso de armas de fogo. Entitulado "O extremismo de direita entre adolescentes e jovens no Brasil: ataques às escolas e alternativas para a ação governamental", o documento apresenta levantamento de dados com o histórico de ataques e propostas de estratégias governamentais. Ao todo, no decorrer dos 16 ataques, 35 vítimas foram fatais e 72 feridas.
O relatório apresentado ao novo governo também apura as contextualidades que abrangem esse tipo de violência nas escolas. Os ataques são, geralmente, precedidos de comportamentos associados ao bullying e situações prolongadas de exposição a processos violentos.
Outros pontos incluem negligência familiar, autoritarismo parental e conteúdo disseminado em redes sociais e aplicativos de conversa.
O documento também expõe como a sensação de raiva e vingança, oriundas da violência do bullying na comunidade estudantil, pode levar a tais episódios extremos.
Não se revela incomum, o fato de ex-alunos ou alunos de instituições escolares, tornarem essas instituições o local para atentados em massa, muitas vezes, motivados por sentimentos de exclusão e vingança, ligados diretamente à violência do bullying.
Atualmente, o Governo Federal estimula algumas estratégias legislativas para conter a violência no ambiente escolar.
A Lei número 13.935, de 2019, prevê que as redes públicas de educação básica contarão com serviços de psicologia e de serviço social para atender às necessidades e prioridades definidas pelas políticas de educação, por meio de equipes multiprofissionais.
Apesar de aprovada, a lei ainda precisa ser regulamentada pelos municípios e estabelecer de onde sairá a verba para a implementação dos profissionais.
Outra estratégia levantada pelo governo está contida no Projeto de Lei número 3383, de 2021, que pretende implementar a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares. O projeto visa promover a saúde mental nas escolas, garantir aos integrantes dessa comunidade o acesso à atenção psicossocial e também informar e sensibilizar a sociedade sobre a importância de cuidados psicossociais no ambiente escolar.
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