O aquecimento global pode ser uma ameaça ainda maior para quem vive em países tropicais, como o Brasil. Temperatura não pode subir mais de 1,5ºC.
Letícia Taets | 13 de Março de 2021 às 12:00
De acordo com estudo publicado pela revista Nature Geoscience na segunda-feira (08), caso o aquecimento global nos países tropicais, localizados próximos à linha do Equador, ultrapasse o aumento da temperatura de 1,5ºC, a vida nestas regiões pode se tornar impossível.
O estudo foi feito por pesquisadores da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e se concentrou em uma forma de medição chamada termômetro de bulbo úmido, que contabiliza o calor e a umidade nos seres humanos.
Foram feitas projeções de como o aquecimento global poderia afetar a temperatura de bulbo úmido nos trópicos. Os trópicos incluem a Amazônia, uma grande parte da África e parte do Sudeste Asiático.
Os pesquisadores analisaram dados de décadas de observações meteorológicas. A partir daí, eles foram capazes de projetar que se o aquecimento global for limitado a 1,5ºC, isso impedirá a maioria dos trópicos de atingir temperaturas de bulbo úmido intoleráveis.
Uma temperatura de bulbo úmido acima de 35ºC seria extremamente perigosa para qualquer pessoa, visto que o corpo humano normalmente mantém uma temperatura interna bastante estável de 37 graus C. Por isso, a temperatura da pele deve ser um pouco mais baixa, para permitir que o calor corporal interno flua para a pele.
O corpo humano não responde apenas à temperatura, mas também à umidade. O resfriamento corporal se dá principalmente por meio do suor e da evaporação do suor da pele. No entanto, a partir de um determinado ponto de calor e umidade torna-se impossível que isso aconteça.
Os cientistas acreditam que uma temperatura de bulbo úmido de 35ºC é o limite da tolerância humana, apesar de os seres humanos variarem entre si quanto de calor conseguem suportar.