Especialistas afirmam que a tecnologia implantada pode reduzir o impacto ambiental da produção de carne no futuro.
A última terça-feira (28) foi marcada por uma novidade um tanto intrigante. O laboratório da startup Vow desenvolveu uma almôndega feita de carne de mamute-lanoso, espécie atualmente extinta. O produto foi apresentado no museu de ciências NEMO, em Amsterdã.
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Durante o evento no dia 28 de março de 2023, os pesquisadores da empresa informaram que a criação da almôndega utiliza informações genéticas de um mamute já extinto. Algumas lacunas na sequência genética foram preenchidas com dados do parente vivo mais próximo do mamute: o elefante africano.
Como foi produzida a carne de laboratório
A equipe da Vow explica que para o processo de produção da carne foi preciso identificar a sequência de DNA da proteína do mamute. Então, para completar algumas lacunas do sequenciamento, utilizou-se genes do elefante africano, parente mais próximo do mamute.
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Depois, inseriu-se os genes do mamute em células retiradas de uma ovelha viva. Essas células são imersas em nutrientes para, então, serem transformadas em carne de laboratório.
Em seguida, os genes do mamute passaram por um processo de superexpressão, prevalecendo no produto final acima das informações da ovelha. A carne foi cultivada por semanas no laboratório da Vow antes de ser apresentada ao público.
A carne de mamute é comestível?
De acordo com Tim Noakesmith, fundador da Vow, a carne de mamute ainda irá passar por testes de segurança para avaliar se é própria para consumo humano. Ele afirma que, a princípio, a carne não apresenta insalubridade para o consumo, mas a proteína, por ser tão antiga, precisa ser estudada para o organismo de pessoas hoje em dia.
"Isso não significa que você não pode comê-la, mas como essa proteína tem literalmente 4.000 anos, não a vemos há muito, muito tempo", disse Noakesmith à CBS News. "Nós gostaríamos de colocar [a carne] através de testes muito rigorosos, como fazemos com qualquer produto que queremos trazer para o mercado. E para isso queríamos apresentá-la ao mundo mais rapidamente e não necessariamente trazê-la imediatamente ao mercado."
A escolha de um mamute extinto
Diante de grandes produções e um exigente consumo de carne animal, os valores socioambientais não prevalecem no cenário alimentício mundial. Assim, novas tecnologias apresentam uma alternativa potencial: a produção de animais sem a necessidade de cultivo e abate em grande escala.
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Noakesmith afirma que a escolha de recriar a carne de um animal extinto é um símbolo de perda pelas mudanças climáticas.
"Enfrentamos um destino similar se não fizermos as coisas de forma distinta, como mudar as práticas da agricultura em larga escala e nossa forma de comer", disse Noakesmith sobre o impacto da alimentação mundial.
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