Cuidado! Esses alimentos podem transmitir Doença de Chagas; saiba como se proteger

O recente surto da Doença de Chagas na Bahia tem destacado a transmissão da enfermidade através da alimentação. Após a confirmação de cinco casos e uma morte em 2023, a Vigilância Epidemiológica da Bahia emitiu comunicado alertando para o consumo de certos alimentos.

Desde a sua descoberta, sabe-se que a transmissão da Doença de Chagas ocorre pelo contato com as fezes do inseto conhecido como barbeiro, contaminadas com o parasita Trypanosoma cruzi.

Leia também: Síndrome de Stevens-Johnson: entenda a doença rara que internou esposa de Frank Aguiar

No entanto, o que os estudos observam nos últimos anos é que a transmissão também se dá por outras vias, como a oral, através de alimentos contaminados. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, atualmente cerca de 70% dos casos da enfermidade derivam de contaminação por alimentos.

Se você consome açaí ou caldo de cana, tome cuidado, eles podem conter o parasita da Doença de Chagas. Todavia, há variações alimentícias que podem ser seguras para consumo.

Açaí e caldo de cana podem transmitir Doença de Chagas

O açaí industrializado, comumente encontrado em supermercados não apresenta um grande risco de contaminação, uma vez que passa por um aquecimento a 80°C. Porém, o açaí in natura, geralmente preparado artesanalmente, apresenta maior risco para consumo. 

Leia também: Saiba por que Anvisa suspendeu o uso deste sal de marca famosa

O caldo de cana, por sua vez, também pode ser contaminado com as fezes do barbeiro quando preparado de forma caseira. A transmissão ocorre quando o inseto contaminado é moído junto com a cana-de-açúcar.

"O barbeiro se instala entre o caule e as folhas da cana-de-açúcar e, quando acontece a moagem para a produção da garapa, ele pode ser moído junto, causando a contaminação do alimento e, consequentemente, da pessoa que o consome", disse a cardiologista Veridiana Silva de Andrade ao portal UOL. 

Como evitar a contaminação da Doença de Chagas?

Para minimizar os riscos da infecção, é preciso prestar atenção nos ambientes em que nos alimentamos. Siga as dicas:

• Verifique se o local ou marca possui aprovação da Vigilância Sanitária para manipular e vender alimentos.
• Verifique a procedência dos alimentos no estabelecimento.
• Em casa, higienize os seus alimentos.

De acordo com a cardiologista Veridiana Silva, a prevenção deste tipo de transmissão "é feita com ações de intensificação da Vigilância Sanitária e inspeção de alimentos em todas as etapas de produção que são suscetíveis à contaminação".