Sydney recebeu ajuda de um cavaleiro montado numa bicicleta. O que eles não sabiam era que esse seria o início de uma linda história de amor.
Em abril de 2020, logo depois de fazer uma curva em sua mountain bike, Even Rogers parou de repente ao ver uma mulher sentada à beira da trilha. Era bonita, com cabelo acaju comprido e olhos grandes e expressivos. O que ele não sabia é que ela estava sofrendo.
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Sydney Linden, de 28 anos, corria pela trilha Adobe Jack, em Sedona, no Arizona, quando tropeçou numa pedra e hiperestendeu a perna ao cair. A dor foi instantânea. A perna direita bambeou, e ela bateu com força na terra. Sydney tentou se levantar, mas caiu de novo. Ela não sabia se rompera o ligamento cruzado anterior, se quebrara a perna ou outra coisa. Só sabia que a dor era nível 15 em 10.
Sydney se arrastou para a sombra, “como um animal se preparando para morrer”, diz ela. Ligou para uma amiga, mas a amiga se perdeu no caminho. Foi aí que ela viu o ciclista.
Socorro inesperado
Even, de 33 anos, aviador em serviço ativo, tentou se manter frio. “Eu não queria assustar”, diz ele, “então ia só passar casualmente, em velocidade mais baixa.” Mas percebeu o sofrimento dela e perguntou se podia ajudar. Sydney explicou o que tinha acontecido. Foi aí que ele notou o inchaço sob a calça dela. Sydney precisava ir para o hospital – depressa.
Apoiada em Even, ela tentou andar aos pulinhos, mas a dor era insuportável. Nunca chegaria ao início da trilha daquele jeito. Even teve outra ideia. Deixou a bicicleta no lado da trilha e, depois de breve discussão, a pôs nos ombros.
Amor à primeira vista
Então os dois começaram a descida íngreme de quase um quilômetro por terreno rochoso e árido. Embora fosse primavera, o sol impiedoso do Arizona os castigava. Mas eles aproveitaram ao máximo a descida, distraindo-se do desconforto se conhecendo.
Descobriram que ambos foram para Sedona em circunstâncias incomuns. Sydney se mudou de Denver para lá espontaneamente e se matriculou numa escola de massagem terapêutica. Even foi de Colorado Springs para a cidade para cuidar do padrasto doente.
Os dois discutiram metas de vida e planos futuros, e acabaram chegando ao assunto empolgante dos sonhos lúcidos, em que a pessoa sabe que está sonhando, mesmo adormecida. Será que estavam num sonho desses? Ambos se lembram de ter rido muito. “Foi como se eu o conhecesse desde sempre”, diz Sydney.
O momento da despedida
Depois de meia hora de caminhada até o estacionamento, eles encontraram a amiga de Sydney aguardando com o carro. Com cuidado, Even pôs Sydney no banco da frente. Embora chorasse de dor, Sydney olhou para Rogers com olhos vidrados, cheios de expectativa, torcendo para ele dar o primeiro passo.
Even queria pedir seu telefone, mas a hora não lhe pareceu muito boa. Em vez disso, a amiga de Sydney a levou correndo para o hospital, e Even foi buscar a bicicleta.
No hospital, Sydney soube que fraturara o alto da tíbia. Enquanto aguardava a cirurgia que instalaria uma vara de metal sob o joelho e a deixaria com uma cicatriz de 20 centímetros, Sydney procurou Even no Facebook. “Eu me lembro de ficar no hospital querendo que ele estivesse lá comigo”, diz ela. Mas não deu certo: Even era avesso às mídias sociais.
Enquanto isso, Even a procurava no Google, sem sorte. Na trilha, tinham começado a conversar de forma tão profunda e repentina que detalhes como os sobrenomes pareceram triviais. Sydney entrou em contato com o jornal local, que publicou sua história no dia seguinte à cirurgia com a manchete: “Corredora procura herói da trilha”.
Naquele mesmo dia, o jornalista mandou um e-mail a Sydney. Even tinha lido a reportagem e queria entrar em contato.
O amor sempre vence
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Um mês depois, Even e Sydney saíram juntos pela primeira vez. Desde então, são inseparáveis. Sydney se mudou para Colorado Springs para ficar com Even e fazer o mestrado.
Even planeja uma viagem a Portland, no Oregon, para o aniversário de um ano de namoro, pois Sydney sempre quis ver as cerejeiras em flor. Reservou hotel a quase um quilômetro das cerejeiras – a mesma distância que percorreram até o início da trilha Adobe Jack. Mas, dessa vez, irão de mãos dadas.
por Caroline Fanning
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