Você com certeza já pesquisou casas de famosos... Aqui estão quatro casas habitadas por escritores famosos britânicos, todas abertas à visitação. A
Redação | 17 de Abril de 2019 às 17:00
Você com certeza já pesquisou casas de famosos… Aqui estão quatro casas habitadas por escritores famosos britânicos, todas abertas à visitação.
“Esta casa oscilante”, descreveu o poeta Dylan Thomas em 1952, “da qual cada painel e telha açoitada pelo vento, parede rabiscada por crianças, mancha de chuva, buraco de rato, saliência e defeito, armadilha para homens e ratos conheço no meu sono.”
Ele falava de sua “casa-barco”, em Laugharne, onde morou com a mulher Caitlin a partir de 1949 (comprada para eles por sua benfeitora, Margaret Taylor, casada com o historiador A. J. P. Taylor).
Eles sempre desejaram possuir a casa de localização perfeita. Embora úmida e pouco prática, mas Caitlin logo se cansou da vida na aldeia.
Ali, Thomas, ex-repórter autônomo do South Wales Evening Post, escreveu o drama de rádio Under Milk Wood (Sob o bosque de leite). Sentado numa garagem “respingada de palavras” à beira do penhasco com vista para o estuário do Rio Taf.
No rádio da sala, que ainda está lá, Caitlin e as crianças ouviam as transmissões da peça de Thomas nos Estados Unidos.
O alcoolismo acabou matando Thomas no Chelsea Hotel, em Nova York, em 1953, “depois de 18 uísques puros” (palavras dele). Dylan Thomas está sepultado na Igreja de St. Martin, na aldeia, com Caitlin ao lado.
Em 2012 fez 200 anos que Jane Austen terminou de escrever Orgulho e preconceito, e desde então toda uma indústria surgiu em torno da escritora, dos seus romances e das adaptações para o cinema e para a televisão. Assim, com tantas comemorações, é fácil esquecer que ela foi uma escritora brilhante.
O lar de toda essa fama foi uma casa de seis cômodos, tijolos vermelhos e estilo georgiano em que ela passou os últimos oito anos de vida – e onde escreveu ou revisou suas obras mais famosas. Não há grande quantidade de pertences pessoais, mas um dos destaques é a modesta escrivaninha (à direita) na qual foram escritos Emma e Persuasão, além da colcha de retalhos em que ela trabalhou. Não leva muito tempo para visitar a casa e dar “uma voltinha pelos jardins”, como Jane possivelmente diria.
Foi na Ilha de Jura, no litoral oeste da Escócia, que George Orwell se refugiou, por recomendação de David Astor, seu editor no jornal dominical The Observer, para escrever 1984 e se afastar de tudo o que ocupava seu tempo em Londres depois do sucesso de A revolução dos bichos. Orwell ficou em Barnhill, uma fazenda remota a 11 km de Ardlussa, no extremo norte da ilha, e a 8 km da estrada mais próxima.
Orwell, que enviuvara recentemente (a mulher, Eileen, morrera durante uma cirurgia ginecológica de rotina), criava sozinho o filho adotivo de 3 anos e não gozava de boa saúde; nas suas palavras, ele passou, sem eletricidade, um “inverno bastante insuportável” em Jura, em 1946, durante o qual trabalhou febrilmente.
O escritor era famoso pela falta de espírito prático, mas a irmã Avril acabou indo para lá cuidar dele. Um incidente no famoso redemoinho de Corryvreckan, que ficava próximo, quase o matou (depois que o barco virou, Orwell e seu grupo foram resgatados por pescadores de lagostas que por ali passavam).
Santuário para os fãs de Orwell, a região pouco mudou desde 1946 e não há nada que indique que Orwell morou ali. Ele intercalava as viagens a Jura com períodos no “soturno” apartamento em Islington. No fim de 1948, ele terminou 1984 e foi diretamente de Jura para um sanatório para tuberculosos.
Numa rua secundária de Bloomsbury, perto de Lincoln’s Inn Fields, fica a casa onde Dickens morou durante dois anos a partir de 1837 – na qual escreveu Oliver Twist e Nicholas Nickleby.
Reaberta em 2012, após uma reforma de 3,2 milhões de libras, a casa teve o espaço da família recriado como deve ter sido, com quartos, sala de estar e cozinha. Dickens, com grande interesse pela decoração de interiores, escolhia os tons exatos da decoração e rearrumava a mobília onde quer que ficasse, mesmo que fosse apenas por uma noite.
Logo fica claro que a casa de Doughty Street deve ter sido apertada para a família cada vez maior (duas filhas nasceram ali), que incluía a cunhada Mary, que morreu nos braços de Dickens seis semanas depois de se mudarem para lá.
Traumatizado com a morte da cunhada, fonte de inspiração do personagem Pequena Nell, pelo resto da vida ele usou o anel que tirou do dedo dela.