O que fazer se você tiver o cartão clonado?

Vítimas que tiveram o cartão clonado podem ter assistência jurídica gratuita para resolver problemas com fraudes financeiras.

Samasse Leal | 11 de Outubro de 2021 às 18:00

fizkes/iStock -

Infelizmente não é raro que criminosos invadam contas bancárias, clonem cartões de crédito e até roubem senhas em caixas automáticos. Mas você sabe como se proteger e o que fazer se isso acontecer com você?

Esse problema pode acontecer com todo mundo! O influenciador digital sobre investimentos, Jamil Amin, compartilhou com os seus mais de 147 mil seguidores a sua experiência. Ele teve o celular furtado e os ladrões invadiram sua conta do PicPay e roubaram cerca de R$ 19 mil. Além disso fizeram três transferências da conta do PicPay para contas de criminosos em poucos minutos. O influenciador contou que a plataforma de pagamentos recusou ressarci-lo alegando que as operações foram feitas com senha. Por isso, eram válidas. Ele precisou acionar a justiça, contando com o apoio de sua esposa, que é advogada, para reverter a situação. E se isso acontecesse com você, o que você faria?

Segurança é obrigação do fornecedor

O serviço prestado por bancos, plataformas de pagamentos, seguradoras, fintechs, administradoras de cartões de crédito precisa ser seguro. Essa é uma obrigação prevista no Código de Defesa do Consumidor. Todas essas empresas de tecnologia e serviços financeiros devem investir em segurança, especialmente quando se dispõem a prestar serviços digitais. Esse tipo de serviço não pode ser vulnerável à crimes digitais. Precisa ser seguro.

RELACIONADAS

Cantadas gospel: 25 cantadas para usar

5 cortes de cabelos masculinos em alta para 2025

5 melhores doramas escondidos na Max que você vai amar

Leia também: Pagamento por aproximação cresce no Brasil; a tecnologia é segura?

Um dos argumentos utilizados pela advogada do influenciador digital foi o perfil de uso da conta de pagamentos do PicPay. Em seu histórico, ele tinha feito raros pagamentos que não ultrapassavam valores baixos, na média de R$ 50,00. Cada operação realizada pelos criminosos ultrapassou os R$ 5.000,00. O aplicativo deveria ter bloqueado a conta imediatamente após a primeira transferência e entrado em contato com o cliente.

A medida de segurança imediata seria contatar o cliente para confirmar a operação. Esse é um dos métodos de segurança que devem ser adotados pelas prestadoras de serviços financeiros. Se são realizadas operações muito diferentes das operações usualmente realizadas, as transferências e operações devem ser bloqueadas. Se a empresa não possui tecnologia para garantir essa proteção, ela deve arcar com o prejuízo porque não foi capaz de garantir a segurança do serviço.

Essa não é uma “briga” fácil. O argumento da plataforma de pagamento foi de que as operações foram feitas com a senha do cliente. Somente uma decisão judicial liminar, obtida pela advogada, para garantir o ressarcimento do valor roubado, conseguiu reverter a decisão.

Em uma decisão liminar o juiz acata o pedido do requerente e depois avalia as provas e argumentos com mais atenção. O consumidor não pode ser lesado pela falha de segurança do prestador de serviços. A plataforma de pagamentos digitais tem recursos provisionados para garantir o seu risco.

Provas são necessárias

O cliente, consumidor, precisa demonstrar que foi vítima de criminosos. Obviamente o caso será analisado pela justiça que vai observar as circunstâncias:

Além das medidas acima, é muito importante que na reclamação ao fornecedor o cliente solicite o cancelamento da conta ou do cartão de crédito. Com isso, novos problemas serão evitados com aquelas informações roubadas. Se ficar insatisfeito com o serviço e atendimento, não contrate mais.

Outra medida importante a ser tomada é imprimir extratos de utilização do serviço. Reúna extratos e demonstrativos de compras que demonstrem seu perfil de sutilização da conta ou cartão de crédito. Considere o maior período disponível na plataforma ou conta. A maioria dos bancos somente permite a impressão de estratos e demonstrativos dos últimos 90 dias. De toda forma, solicite na reclamação que esse levantamento seja feito internamente nos últimos 6 a 12 meses.

Se não conseguir resolver diretamente com o prestador de serviços, formalize sua reclamação nas entidades de proteção ao consumidor. O Procon e o Reclame aqui são bons aliados. Todas essas ações ajudam a embasar um pedido judicial que venha a ser necessário.

Como se proteger de fraudes

Algumas medidas podem dificultar a ação dos criminosos.

Infelizmente os criminosos desenvolvem novas formas de golpe, cada vez mais criativas. Mas a grande maioria das pessoas ignora essas dicas acima e acaba sendo vítima. Portanto, fique atento e tome todas as medidas para evitar ter problemas.

Assistência jurídica gratuita

E sabia que você pode buscar o apoio da Defensoria Pública do seu Estado. Em geral, a Defensoria Pública atende a pessoas que não conseguem acionar a justiça sem comprometer seu sustento. Nesse caso, não tem recursos para pagar advogados e custas judiciais. Cada Tribunal de Justiça de cada Estado se organiza de uma forma. Se o valor do seu prejuízo foi menor do que 40 salários mínimos, procure atendimento nos Juizados Especiais Cíveis.

Outras instituições, como a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB e escritórios modelos das Universidades de Direto, também podem ajudar. Em geral elas também possuem atendimento para pessoas que morem no seu entorno.

Compartilhe:

AS MAIS LIDAS

Conheça as novas regras de aceitação do vale refeição e alimentação

Entenda a diferença entre racismo e injúria racial

Saiba quem precisa fazer prova de vida para não perder o benefício do INSS

Saiba quem tem direito ao Bolsa Família

Menor de idade jovem aprendiz tem direito à pensão alimentícia?

Como conseguir juro zero no FIES