Você já ouviu falar nessa sigla ESG? Sabe o que ela significa e no que ela pode afetar a sua vida? Nós explicamos tudo para você se atentar!
Você já ouviu falar nessa sigla ESG? Sabe o que ela significa e no que ela pode afetar a sua vida? Nós explicamos tudo para você ficar antenado e descobrir como ampliar suas oportunidades profissionais.
ESG: o que é?
Essa sigla vem do inglês Environmental, Social & Governance, portanto, “Ambiental, Social e Governança” (ASG no português). Esses três temas combinados são pontos de atenção de pessoas interessadas no desenvolvimento da sociedade de forma sustentável.
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Esse tripé engloba preocupação com a preservação do meio ambiente, com questões sociais e com a governança (gestão das empresas). Eles já são antigos no universo dos negócios. Contudo, os recentes acontecimentos os tornaram uma tendência para 2021 e para os próximos anos.
No mundo corporativo, a combinação desses três fatores mede o Índice de Sustentabilidade e Impacto Social de Empresas. Por isso estão sendo discutidos por grandes empresas em todo o mundo. O objetivo dessas corporações é se adequar a essas questões relevantes para o mundo atualmente. Com isso, elas atraem mais recursos através de investimentos e podem melhorar sua atuação e cadeia produtiva também.
A agenda ESG nas empresas
Imagem: simpson33/iStock
A discussão desses temas, pautados de forma bem objetiva, ganhou o nome de “Agenda ESG” na gestão das empresas. A pauta ganhou força com o aumento de atenção para:
- A forma de interação com o meio ambiente e sua preservação. Esse ponto ganhou destaque após desastres ambientais como vazamento de óleos nos oceanos; acidentes ambientais como o de Brumadinho; entre outros acontecimentos em todo o planeta;
- A diversidade de pessoas quanto à classe social, sexo, idade, raça e orientação sexual. O destaque aqui é para como as empresas enxergam e tratam as pessoas. E isso tanto na seleção de colaboradores como no tratamento de clientes;
- A forma como as empresas se organizam, tomam decisões e administram essas questões internamente e com a sociedade no entorno.
O Índice de Sustentabilidade e Impacto Social das Empresas impacta diretamente os modelos de negócio, demonstrando o perfil das organizações. Assim, aquelas que pretendem manter competitividade deverão se alinhar a essas questões. Especialmente quando elas são uma preocupação ou interesse de seu público, clientes e seus investidores.
Um exemplo bem claro disso é o das empresas que estão investindo no mercado de produtos veganos. Esse mercado vem se tornando cada vez maior e mais engajado. Quem está preocupado com questões ambientais realmente deixa de comprar produtos de indústrias que impactem negativamente no meio ambiente. Vão procurar produtos que na sua fabricação sejam menos poluentes, menos agressivos ao ambiente.
O que isso muda na sua vida?
Em primeiro lugar, na melhora de produtos e serviços oferecidos pelas empresas. Além disso, esse modelo de negócios, mais preocupado com meio ambiente e com a sociedade, pode ampliar oportunidades de negócios e empregos.
Do ponto de vista da questão social, as empresas engajadas com o tema precisam:
- Fazer um esforço e se comprometer a garantir pessoas diversas em sua estrutura. Ou seja, aumentar a participação de mulheres e outros gêneros; de pessoas de todas as raças; de todas as idades. Inclusive em cargos de gestão. Isso pode representar oportunidade de emprego e de promoção de carreira;
- Se comprometer a apoiar ou amparar os grupos sociais localizados nas áreas onde ela cause impactos ou esteja presente. Por exemplo: comunidades, bairros e distritos instalados no entorno de:
- rodovias administradas por empresas concessionárias;
- mineradoras;
- hidrelétricas ou termoelétricas;
- ferroviárias;
- e outras empresas de setores que impactem diretamente o meio ambiente com sua atividade. Nesse ponto, podem surgir oportunidades para entidades representativas e focadas em negociação. Novas oportunidades nas áreas de Comunicação Corporativa também podem surgir.
Do ponto de vista ambiental, essas empresas precisam:
- Assegurar medidas que reduzam efetivamente os impactos que causam no meio ambiente, pela adoção de medidas preventivas e de controles. Podem ser geradas oportunidade de negócios para prestadores de serviços e consultorias em temas ambientais ou de segurança do trabalho;
- Garantir compensações dos impactos inevitáveis que causem ao ambiente. Por exemplo: realizando replantio de vegetações nativas; reparação de afluentes de rios, criando áreas de proteção e preservação ambiental. Nesse ponto podem surgir oportunidades para profissionais especializados nessas áreas.
Do ponto de vista da governança, ou seja, de sua gestão:
- Assumindo compromisso de tomar decisões baseadas no anseio de seus investidores, colaboradores e sociedades do seu entorno;
- Assegurar a participação diversa de gestores na sua administração, por exemplo selecionando pessoas de todos os gêneros, raças e idades para a sua administração;
- Garantir a tomada de decisões pautada na ética, no interesse da empresa e do negócio, e não no interesse pessoal de administradores. No mundo dos negócios uma medida que pode ser adotada a inclusão de administradores independentes nos Conselhos de Administração. Esses conselhos são os órgãos máximos de administração das empresas. Especialistas em Compliance e consultorias em questões ESG podem ter grandes oportunidades.
Esse são apenas alguns exemplos de medidas que podem ser adotadas por empresas engajadas com esses temas. Com isso, devem ampliar por exemplo a criação de vagas de empregos para todos os gêneros, raças, idades etc. Essa pode ser uma boa oportunidade para quem está buscando uma recolocação no mercado de trabalho.
Casos da vida real
Imagem: Divulgação/Magazine Luiza
Bem recentemente a Magazine Luiza, empresa relevante no segmento de varejo, criou um programa de contratação para pessoas negras. A ação gerou polêmica, mas o fato é que se tratou de uma medida com objetivo de inclusão social. Outro exemplo de ação preocupada com o social foi o da cervejaria Heineken, durante a pandemia da Covid-19. A empresa apoiou bares e restaurantes com programas e campanhas de apoio às vendas.
Podem surgir também oportunidades para pequenos produtores locais, que podem ampliar seus negócios atendendo a essas grandes empresas engajadas. Com isso, essas empresas tendem a melhor a tomada de decisões e conquistar mais investidores também engajados.
Oportunidades de ganhar dinheiro
Imagem: iStock
No mercado financeiro, ou seja, no mundo dos investimentos, essas questões também tem causado impactos. Cada vez mais bancos e fundos de investimentos vem ampliando seus investimentos em empresas com índice de sustentabilidade bem avaliado. Inclusive, já existem fundos de investimentos que fazem aportes somente em empresas certificadas nas boas práticas de ESG.
Essas boas práticas funcionam também como indicação de redução de riscos. Justamente por conta das preocupações dessas empresas em evitar problemas relacionados aos temas desse tripé: ambiente, social e governança. Ao buscar empresas para investir em ações, na Bolsa de Valores, todos nós cidadão, podemos preferir empresas engajadas nesses temas.
O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), da Bolsa de Valores, visa ajudar investidores a tomarem suas decisões de investimento. Ele também pretende estimular as empresas a adotarem as melhores práticas de sustentabilidade. A carteira anunciada pela B3 vai vigorar de 04 de janeiro a 30 de dezembro deste ano. Ela reúne 46 ações, de 39 empresas, de 15 setores. Nessa carteira, estão empresas como Petrobras, M. Dias Branco, Cosan, GPA, Marfrig, CPFL, Minerva, Suzano, BTG e Neoenergia.
Por todos esses motivos, grandes empresas vêm buscando adotar uma Agenda ESG e se adequar a esse engajamento. Além de melhorarem os serviços prestados e produtos desenvolvidos, impactam positivamente na vida das pessoas. Por isso essa sigla ESG vem sendo reconhecida como um selo de qualidade para as empresas. Assim, elas conseguem captar mais investimentos e se valorizar no mercado.
