A indignação e o desejo de mudar o mundo são coisas muito grandes dentro do nosso peito – e é essa inaceitação que faz de nós rebeldes.
Brunna Lombardi | 22 de Setembro de 2019 às 10:02
Fui sim uma garota rebelde e acho que a rebeldia é uma reação natural. Acontece com quase todos que descobrem o mundo e não se conformam com esse estado das coisas.
A indignação, revolta e o desejo de mudar e melhorar o mundo são coisas tão grandes dentro do nosso peito, que a gente se desespera por ter que conviver com um sistema injusto, desumano e destrutivo, que opera de uma forma impossível de se aceitar.
Pode ser um amálgama de sentimentos, uma profunda empatia pela humanidade, por todos os seres viventes, pela natureza, que torna emergencial a gente batalhar por um mundo melhor.
Ou pode se transformar numa revolta seca, de exclusão, onde a gente se sente excluído e esmagado e vem a urgência de querer que tudo em volta possa explodir de uma vez.
Entre esses dois polos existem, é claro, tantas nuances de sentimentos que seria impossível catalogar todas aqui. Mas de uma forma ou de outra, a gente oscila entre tudo isso conforme as notícias que nos atingem.
Como roteirista e escritora preciso tentar entender essa gama de emoções que às vezes mal se controlam e geram terríveis acontecimentos.
Preciso tentar compreender coisas que tantas vezes não entendo, comportamentos absurdos e surreais, que por mais alarmantes que sejam, fazem parte do nosso cotidiano. Preciso escrever e defender personagens com os quais não concordo, porque qualquer um, por mais bizarro que pareça, nunca é unidimensional.
Hoje minha abrangência de compreensão é maior, e canalizei minha energia rebelde pra causas independentes específicas. Ainda quero melhorar o mundo, mas aprendi caminhos novos pra isso.
Na História, as grandes e relevantes transformações sempre resultaram de mudanças de valores. Não se trata de um governo contra o outro, um partido contra o outro, um homem contra o outro. Mas sim de governos, partidos e homens unidos em um novo pensamento, uma quebra de paradigma e uma nova escala de valutação.
Mesmo com abusos, dissidências, violências extraordinárias, estamos caminhando para acabar com a fome no mundo e instaurar a energia limpa num planeta sustentável.
O universo evolve da distopia para um movimento gradual sintrópico que vai se acelerar e se tornar exponencial.
Essa gigante evolução começa justamente no cerne do próprio sistema, no seu mercado financeiro e é a grande transformação desse novo milênio. Essa grande mudança de valores vai ser mais acelerada do que imaginamos e cada um de nós vai precisar ressignificar as palavras chaves das suas escolhas.
Vamos ter que limpar restos de estragos, pesos inúteis e alinhar nossos propósitos para encontrar equilíbrio nisso tudo.
Grandes empresas mundiais estão mudando porque sabem que quem não mudar não sobrevive.
E nós, seres pequenos e imperfeitos, vamos nos adaptar tentando descobrir quem somos no meio disso tudo, que sensações nos guiam, que astros nos regem, como vamos lidar com tantos sentimentos confusos e como podemos nos equilibrar quando a terra se move.
@brunalombardioficial