Uma mulher alega ter sofrido assédio sexual no metaverso, durante a fase de testes da plataforma de realidade virtual Horizon Worlds, da Meta
Uma mulher alega ter sofrido assédio sexual no metaverso, durante a fase de testes da plataforma de realidade virtual Horizon Worlds, da Meta (ex-Facebook).
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Segundo a usuária, em uma hora dentro da “realidade do futuro”, ela sofreu ataques morais e sexuais de quatro avatares masculinos, com vozes masculinas. “Essencialmente, mas virtualmente, [eles] estupraram meu avatar”, conta a vítima.
Nina Jane Patel, uma mulher de 43 anos, relatou que seu avatar — isto é, a imagem que ela escolheu para representar a si mesma virtualmente — foi “apalpada” por personagens masculinos. Os assediadores também tiraram fotos e enviaram comentários para constrangê-la.
“A realidade virtual foi essencialmente projetada para que a mente e o corpo não possam diferenciar as experiências virtuais/digitais das reais. De alguma forma, minha resposta fisiológica e psicológica foi como se tivesse acontecido na realidade”, disse Patel.
Uma nova realidade com problemas antigos
O conceito de metaverso ficou em alta em 2021, quando o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou que o nome da empresa mudaria para Meta e comunicou um investimento bilionário para construir o que podemos definir como “futuro da internet e da comunicação”.
O metaverso é um espaço híbrido que une ainda mais as tecnologias digitais com o mundo real, transformando tudo, idealmente, em uma coisa só. Imersão é a palavra-chave desse “novo mundo”: trabalhar, jogar, conversar ou apenas descansar ao lado de um amigo que está do outro lado do mundo, no metaverso, deve parecer fisicamente real.
Na internet de hoje (e de ontem), já usamos avatares — de fotos de perfil até bonecos virtuais (quem lembra do BuddyPoke no Orkut?), isso sem contar com o mundo de games, onde a interação entre avatares está longe de ser algo novo. A ideia é levar isso a um novo patamar que deve interferir em todas as áreas da sociedade com ênfase para economia, entretenimento, educação e, certamente, legislação.
Patel, que é vice-presidente de pesquisa no metaverso para a empresa Kabuni, alertou para os riscos que podemos levar à frente já que apesar das novidades, continuamos humanos. O episódio deixa claro o quanto é importante definir quem são as autoridades e quais são as regras para esse novo mundo, bem como fiscalizá-las para garantir seu cumprimento.
Em comunicado feito em dezembro, a Meta afirmou que conta com um recurso chamado “Zona Segura” (em tradução livre), que permite bloquear interações com outros usuários — mas disse que ainda está trabalhando para torná-lo facilmente localizável. A empresa disse ainda que os participantes da fase beta passam por um treinamento que abrange ferramentas de proteção.
Mas como evitar as ações por parte de agressores?